Journal De Bruxelles - Coreia do Sul retira DeepSeek das lojas de aplicativos para revisar política de privacidade

Coreia do Sul retira DeepSeek das lojas de aplicativos para revisar política de privacidade
Coreia do Sul retira DeepSeek das lojas de aplicativos para revisar política de privacidade / foto: STR - AFP

Coreia do Sul retira DeepSeek das lojas de aplicativos para revisar política de privacidade

O governo da Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira (17) que retirou a plataforma chinesa de Inteligência Artificial (IA) DeepSeek das lojas locais de aplicativos, enquanto revisa a gestão dos dados dos usuários por parte da mesma, o que provocou uma reação do governo da China.

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A plataforma chinesa foi retirada para uma análise "profunda das práticas de processamento de dados da DeepSeek para verificar sua conformidade" com as leis locais, afirmou Choi Jang-hyuk, vice-presidente da Comissão de Proteção da Informação Pessoal sul-coreana.

A startup chinesa lançou em janeiro seu chatbot R1 e afirmou que tinha a mesma capacidade dos sistemas de IA americanos, mas por uma fração do custo.

A Coreia do Sul, assim como outros países, questiona as práticas da DeepSeek sobre a gestão de dados.

No final de janeiro, a agência reguladora sul-coreana anunciou um pedido de explicações a DeepSeek sobre seu tratamento das informações fornecidas pelos usuários.

Desde então, a empresa chinesa "reconheceu algumas deficiências" em relação ao respeito à privacidade, indicou a comissão nesta segunda-feira.

A comissão reconheceu que retificar a situação "inevitavelmente levaria algum tempo" e que, por isso, decidiu retirar a plataforma das lojas de aplicativos.

O DeepSeek não estava disponível nesta segunda-feira na versão sul-coreana da loja de aplicativos da Apple, mas as pessoas já haviam baixado o chatbot ainda conseguem utilizá-lo.

A China afirmou que suas empresas respeitam as leis e normas locais, ao mesmo tempo que pediu que as questões tecnológicas não sejam politizadas.

Pequim exige que as empresas chinesas no exterior respeitem "estritamente as leis e normas locais", declarou nesta segunda-feira um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun.

"Esperamos que os países envolvidos evitem adotar medidas que ultrapassem o conceito de segurança e que politizem questões comerciais e tecnológicas", acrescentou Guo.

Taiwan proibiu o uso do chatbot chinês por suas agências governamentais, enquanto a Austrália ordenou a remoção dos programas da empresa chinesa dos dispositivos do governo.

A Itália iniciou uma investigação sobre a DeepSeek, a França solicitou explicações sobre o uso dos dados e nos Estados Unidos foi apresentada uma proposta de lei para impedir seu uso nos dispositivos do governo.

H.Raes--JdB