Journal De Bruxelles - Parentes de venezuelanos deportados para El Salvador criticam proposta de Bukele

Parentes de venezuelanos deportados para El Salvador criticam proposta de Bukele
Parentes de venezuelanos deportados para El Salvador criticam proposta de Bukele / foto: MARVIN RECINOS - AFP

Parentes de venezuelanos deportados para El Salvador criticam proposta de Bukele

Sob o argumento de que "não são criminosos", parentes de imigrantes deportados dos Estados Unidos para El Salvador criticaram nesta terça-feira (22) a proposta de troca de prisioneiros feita pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, ao governo venezuelano.

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Bukele propôs no último domingo (20) a seu colega Nicolás Maduro a troca de 252 venezuelanos deportados dos Estados Unidos e presos em seu país pelo mesmo número do que chamou de "presos políticos" mantidos pelo governo venezuelano, uma oferta que Maduro considerou "ilegal" e "abusiva".

"Não temos por que aceitar uma troca, porque nossos filhos não são criminosos", afirmou a manicure Luismary Gómez, 44, mãe de um homem deportado semanas atrás. "Meu filho assinou sua deportação acreditando que estava fazendo a melhor coisa do mundo, e olha a armadilha em que caiu", criticou Luismary, que se concentrou com outras 50 pessoas na sede da ONU em Caracas.

O governo de Bukele é um aliado-chave do presidente americano Donald Trump em sua política anti-imigração, e recebeu, em pouco mais de um mês, 288 deportados, 252 deles venezuelanos, que estão em uma prisão de segurança máxima salvadorenha.

Há cerca de um mês, Trump invocou a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798 para prender e deportar para El Salvador venezuelanos e salvadorenhos que acusou de integrar as organizações criminosas Trem de Aragua e Mara Salvatrucha. Eles foram levados para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), prisão construída por Bukele e considerada a maior da América Latina, com capacidade para 40 mil pessoas.

"Nossos filhos foram sequestrados, estão fazendo tráfico de pessoas com eles", afirmou o profissional de saúde Ángel Blanco, 58. Ele contou que seu filho trabalhava em um armazém de Nova York de dia, e à noite como entregador. "Se Bukele quer ter escravos, que me mandem para lá, mas que mandem meu filho para cá."

O Ministério Público venezuelano pede a libertação incondicional dos imigrantes deportados.

D.Verheyen--JdB