

Bukele viaja aos EUA para consolidar aliança com Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá na próxima segunda-feira seu colega de El Salvador, Nayib Bukele, que acatou a exigência do republicano de que ele recebesse imigrantes deportados.
Bukele se tornou o principal aliado de Trump na América Central depois de prender mais de 250 imigrantes, a grande maioria venezuelanos, em uma prisão de segurança máxima após eles serem expulsos por Washington, no mês passado. Organizações de defesa dos direitos humanos denunciam que os deportados são vítimas de "desaparecimento forçado e detenção arbitrária".
Trump publicou neste sábado, na plataforma Truth Social, que Estados Unidos e El Salvador "trabalham juntos estreitamente para erradicar as organizações terroristas e construir um futuro de prosperidade".
"O presidente Bukele aceitou de forma generosa a custódia, em sua nação, de alguns dos inimigos estrangeiros mais violentos do mundo e, em particular, dos Estados Unidos", destacou o republicano. Ele ressaltou que o futuro "desses bárbaros" está nas mãos "do presidente Bukele e do seu governo. Nunca mais voltarão a ameaçar ou intimidar nossos cidadãos!"
A colaboração entre os dois países, no entanto, não livrou El Salvador da tarifa global de 10% imposta pelo presidente republicano na semana passada. "Sem dúvida", essa tarifa pode causar uma "queda nas exportações" do país centro-americano, alerta o economista César Villalona.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações salvadorenhas. Dos quase US$ 6,5 bilhões (R$ 40,2 bilhões, na cotação da época) em produtos que saíram do país em 2024, US$ 2,13 bilhões (R$ 13,1 bilhões) foram para os Estados Unidos, principalmente roupas, capacitores elétricos, açúcar e café, de acordo com o Banco Central de El Salvador.
O déficit comercial do país centro-americano com a maior economia do mundo foi de US$ 2,28 bilhões (R$ 14,1 bilhões), um quarto do total de El Salvador. Os Estados Unidos exportaram principalmente petróleo e gasolina, minerais, medicamentos e veículos.
"O comércio precisa decolar, ser fluido, não ser afetado", disse Villalona à AFP. Por isso, Jorge Arriaza, presidente da Associação Industrial Salvadorenha, espera que a visita de Bukele à Casa Branca traga "um pouco mais de clareza" sobre o que acontecerá com as tarifas para o país.
P.Mathieu--JdB