

Manifestantes protestam contra Musk diante de concessionárias da Tesla em EUA e Europa
Centenas de manifestantes se reuniram neste sábado (29) diante de concessionárias da Tesla nos Estados Unidos e na Europa para protestar contra o magnata Elon Musk, dono da empresa de carros elétricos e assessor próximo do presidente Donald Trump.
Em frente à filial de Manhattan, entre 500 e 1.000 pessoas exigiram que o homem mais rico do mundo renuncie ao chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), ao qual foi nomeado por Trump para cortar despesas do Estado e rastrear casos de fraude.
"Elon Musk precisa ir embora", gritaram os manifestantes diante de uma das 200 concessionárias que a Tesla possui nos Estados Unidos e na Europa.
Também foram registradas manifestações nos estados de Flórida, Massachusetts e Califórnia, bem como em cidades europeias como Londres, Berlim e Paris.
"Mandem Musk para Marte, agora", dizia um cartaz em um pequeno protesto de americanos em frente à loja da Tesla na capital francesa.
Amy Neifeld, uma psicóloga de 70 anos, contou à AFP que não protestava na rua desde a guerra do Vietnã nos anos 1970, mas voltou a fazê-lo porque Musk está levando os Estados Unidos ao "fascismo".
"Cresci com bastante consciência do que é o fascismo. E a situação piorou cada vez mais desde a eleição" de Trump, afirmou Neifeld.
Para Hudson Fisher, responsável pelo blog Trust Cafe, a situação é preocupante. "O meu país está sendo destruído e Musk é responsável por isso. É uma tecno-oligarquia."
"Ele tem muito dinheiro e poder. Tem mais poder que os governos. Sem nenhum controle. Esse é o verdadeiro perigo", acrescentou, durante o protesto em Nova York, que se desenvolveu pacificamente em meio a um grande aparato policial.
Em Washington, outras 150 pessoas se manifestaram em Georgetown em um ambiente festivo.
Musk e Trump "estão destruindo nossa democracia, não obedecem às regras básicas de nosso país e demitem pessoas de agências que fazem um trabalho muito importante", expressou Raf, de 59 anos, que não quis dar seu sobrenome.
Os protestos foram convocados principalmente pelo grupo ambientalista Planet Over Profit (O planeta à frente do lucro, em tradução livre).
Questionada sobre os protestos, a Tesla não respondeu de imediato.
Há várias semanas, as ações de vandalismo e protesto contra a Tesla têm-se multiplicado em rejeição à participação de Musk no governo Trump, que classificou os ataques como "terrorismo doméstico".
Na quinta-feira, um americano suspeito de incendiar e atirar com um fuzil semiautomático contra cinco veículos Tesla em Las Vegas foi detido preventivamente e corre o risco de pegar 20 anos de prisão.
D.Verstraete--JdB