Journal De Bruxelles - Petro denuncia que traficantes planejam matá-lo com mísseis na Colômbia

Petro denuncia que traficantes planejam matá-lo com mísseis na Colômbia
Petro denuncia que traficantes planejam matá-lo com mísseis na Colômbia / foto: Luis ACOSTA - AFP

Petro denuncia que traficantes planejam matá-lo com mísseis na Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, denunciou nesta terça-feira (18) um plano de narcotraficantes para assassiná-lo lançando mísseis contra seu avião, em represália pelo enfrentamento do governo às "grandes máfias" do país.

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"Querem disparar um míssil contra o meu avião, que os narcotraficantes compraram e os têm guardado por aí. Não um, mas dois mísseis. Sabemos quem são, mas temos que agir", disse o primeiro presidente de esquerda do país na cerimônia de posse do novo diretor da Polícia Nacional em Bogotá.

"Por que querem me matar rapidamente? Porque sabem que estamos atrás das grandes máfias da Colômbia", acrescentou Petro, ao assinalar que a guerrilha do ELN é uma dessas grandes organizações.

No conflituoso departamento de Chocó (noroeste), os rebeldes iniciaram nesta terça uma "greve armada", uma ação na qual os insurgentes ameaçam as atividades do comércio, dos transportes e dos governos locais.

A guerrilha assinalou no fim de semana que a proibição de mobilidade da população surge em resposta a uma suposta aliança de "convivência" entre o Exército e o Clã do Golfo, a maior organização do narcotráfico da Colômbia.

O ELN mantém confrontos com membros do Clã do Golfo em Chocó e com dissidentes das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em outras regiões como o Catatumbo, na fronteira com a Venezuela, onde já se registram 63 mortos, nove desaparecidos e quase 52 mil deslocados desde janeiro.

Em Chocó há cerca de 3.500 deslocados em cinco municípios, segundo informou na segunda-feira a Fundação Paz e Reconciliação (Pares).

A ofensiva do ELN no Catatumbo e em outras regiões levou o governo a romper o diálogo que mantinha com esse grupo insurgente ao classificar suas ações de "crimes de guerra".

Em seu pronunciamento, Petro também se referiu ao escândalo que o vincula com um poderoso contrabandista na Colômbia, conhecido pelo codinome "Papá Pitufo" (Papai Smurf), depois que veio à tona que um de seus principais assessores recebeu dinheiro dele para a campanha presidencial de 2022.

Diego Marín Buitrago (Papá Pitufo) é "mais um 'traqueto' [traficante] que tem gozado [...] de total impunidade na Colômbia", garantiu.

Papá Pitufo foi preso em abril do ano passado na Espanha, mas depois recebeu a liberdade provisória em meio a reclamações de Petro. Em dezembro, foi recapturado em Portugal e o presidente colombiano pediu sua extradição.

S.Lambert--JdB