Ucrânia efetua amplo ataque com drones contra a Rússia e mata duas pessoas
A Ucrânia efetuou na madrugada desta quarta-feira (29) um dos maiores ataques com drones contra o território russo e, segundo Moscou, matou uma criança com sua mãe, além de ter provocado um incêndio em uma refinaria.
Kiev intensificou os ataques aéreos contra instalações de energia e militares de Moscou nos últimos meses, em resposta aos bombardeios russos que o território ucraniano sofre há quase três anos.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que "interceptou" 104 drones sobre nove regiões do país, incluindo algumas a centenas de quilômetros da linha de combate.
Este é um dos maiores ataques desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, e o segundo desta magnitude em menos de uma semana, depois uma campanha similar com 120 drones em 24 de janeiro, segundo Moscou.
Um dos dispositivos atingiu uma casa em um vilarejo na região fronteiriça de Belgorod, matando "uma criança de dois anos e sua mãe", informou o governador Vyacheslav Gladkov no Telegram.
Outra criança e seu pai, que também estavam na casa, ficaram feridos, segundo o governador, que não informou se todos eram da mesma família.
O vilarejo fica a 30 quilômetros da fronteira ucraniana, perto da capital regional, Belgorod.
O exército ucraniano afirmou ter atacado uma refinaria distante da fronteira, na região russa de Nizhni Novgorod (centro-oeste).
A estrutura, localizada na cidade de Kstovo, fica a quase 750 quilômetros da Ucrânia em linha reta e a 400 quilômetros ao leste de Moscou.
"Unidades do serviço de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, em cooperação com outros componentes das forças de defesa, atacaram a refinaria de petróleo de Nizhny Novgorod", afirmou o Estado-Maior do exército ucraniano em um comunicado, sem divulgar mais detalhes.
A empresa petroquímica Sibur, proprietária das instalações, afirmou no Telegram que destroços de drones provocaram um incêndio, sem vítimas.
Um drone também foi derrubado "durante uma tentativa de ataque contra uma instalação nuclear", que não provocou danos, informou o governador da região de Smolensk, Vasily Anokhin.
O exército da Ucrânia, com falta de homens e armas, está recuando no leste e nordeste do país há mais de um ano, apesar das perdas infligidas à Rússia e da ocupação de centenas de quilômetros quadrados na região da fronteira russa de Kursk.
Este revés e a chegada ao poder de Donald Trump nos Estados Unidos intensificaram a especulações sobre as negociações de paz e a continuidade da ajuda militar americana, crucial para Kiev.
K.Laurent--JdB