EUA classifica González Urrutia como 'presidente legítimo' da Venezuela
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, conversou nesta quarta-feira (22) "com o presidente legítimo da Venezuela, Edmundo González Urrutia, e a líder da oposição María Corina Machado", afirmou Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado.
Rubio "elogiou a coragem do povo venezuelano diante da repressão perpetrada por Nicolás Maduro e seus comparsas", acrescentou em comunicado.
O novo secretário de Estado americano reiterou o apoio dos Estados Unidos "à restauração da democracia na Venezuela, bem como à libertação incondicional e imediata de todos os presos políticos", detalhou a porta-voz.
González Urrutia esteve em Washington no início de janeiro e retornou há alguns dias para assistir à cerimônia de posse do presidente Donald Trump.
O republicano já o havia chamado de "presidente eleito" depois que a oposição venezuelana denunciou que Corina Machado tinha sido "retida à força" brevemente no final de um protesto contra a posse de Maduro.
A volta de Trump ao Salão Oval abre um novo capítulo nas relações bilaterais entre Estados Unidos e Venezuela.
Na sabatina para a confirmação do cargo no Senado, Rubio afirmou que a Venezuela "não é gerida por um governo, é gerida por uma organização do narcotráfico que se empoderou como um Estado-nação".
Rubio criticou o governo do ex-presidente democrata Joe Biden por negociar com Maduro, "que aceitou realizar eleições", mas que "foram completamente falsas".
O ex-senador de origem cubana destacou outros problemas na Venezuela: "A presença russa" e "iraniana".
Os Estados Unidos consideram uma "farsa" a posse de Maduro.
O governo Biden elevou para 25 milhões de dólares (cerca de R$ 150 milhões) a recompensa por sua captura por crimes vinculados ao "narcotráfico e à corrupção".
Na sua primeira gestão, Trump tampouco reconheceu a reeleição de Maduro por considerá-la fraudulenta.
Naquele momento, Washington anunciou que reconhecia o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino do país sul-americano.
Em 2019, Trump impôs à Venezuela uma série de sanções, incluindo um embargo ao petróleo e ao gás, como medida de pressão para tentar provocar a queda de Maduro. Mas ele não caiu e a própria oposição venezuelana pôs fim ao governo provisório em janeiro de 2023.
Na sabatina no Senado, Rubio mencionou as licenças individuais concedidas pela administração democrata a algumas petrolíferas para operar na Venezuela, entre elas a americana Chevron.
"Agora temos as licenças gerais, e empresas como a Chevron estão aportando bilhões de dólares aos cofres do regime", protestou Rubio, um firme opositor do líder chavista.
"Tudo isso precisa ser reexplorado", acrescentou.
Y.Niessen--JdB