Journal De Bruxelles - Espanha vive disputa política pelo 50º aniversário da morte de Franco

Espanha vive disputa política pelo 50º aniversário da morte de Franco
Espanha vive disputa política pelo 50º aniversário da morte de Franco / foto: Javier Soriano - AFP/Arquivos

Espanha vive disputa política pelo 50º aniversário da morte de Franco

A oposição de direita e o governo de esquerda da Espanha trocaram acusações nos últimos dias pela comemoração, em 2025, do 50º aniversário da morte do ditador Francisco Franco.

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Em meio a um clima político tenso, marcado por várias ações judiciais contra pessoas próximas ao chefe de governo, o socialista Pedro Sánchez, o líder do conservador Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, ironizou, nesta segunda, as comemorações previstas pela morte do homem que governou a Espanha entre 1939 e 1975, após um golpe de Estado militar e a subsequente Guerra Civil (1936-1939).

"Podem desenterrar Franco cem vezes e podem agir como nostálgicos do confronto entre espanhóis", disse Feijóo em um comício, em alusão à exumação do corpo do ditador no imponente mausoléu do Vale dos Caídos, perto de Madri, acusando a esquerda de usar a figura de Franco com fins políticos.

"Com sua amargura, querem voltar aos anos 40, 50, 60 e 70. Que preguiça provocam!", acrescentou o líder conservador, que disse estar mais concentrado em trabalhar "para os espanhóis do amanhã".

O Partido Popular, de Feijóo, foi fundado em 1976 com o nome de Aliança Popular por Manuel Fraga Iribarne, ex-ministro de Franco, e em 1989 adotou seu nome atual.

Nesta terça, a porta-voz do governo, Pilar Alegría, lembrou ao PP suas origens.

"Que celebrar a democracia e a liberdade provoque preguiça em alguém é tanto menos preocupante", disse Alegría na coletiva de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros semanal.

"Acho que, mais que preguiça, o que [a efeméride] provoca no senhor Feijóo e no Partido Popular é incômodo", acrescentou.

"Entre outras coisas porque todos conhecemos a história de onde vem o Partido Popular", acrescentou.

É "importante com estes atos explicar a alguns que a Guerra Civil, efetivamente, não foi apenas uma briga entre avós".

O governo de Pedro Sánchez, no poder na Espanha quando o corpo de Franco foi exumado, em 2019, aprovou posteriormente, em 2022, uma lei chamada de "memória democrática", destinada a reabilitar as vítimas do franquismo. A direita prometeu revogar a lei se voltasse ao poder.

Pedro Sánchez anunciou recentemente a organização de uma centena de atos em 2025 para comemorar os "50 anos de liberdade na Espanha" desde a morte do general Franco, em 20 de novembro de 1975, que significou o início da transição para a democracia.

D.Verstraete--JdB