Journal De Bruxelles - Irã deseja 'aumentar fortemente' produção de urânio altamente enriquecido, diz AIEA

Irã deseja 'aumentar fortemente' produção de urânio altamente enriquecido, diz AIEA
Irã deseja 'aumentar fortemente' produção de urânio altamente enriquecido, diz AIEA / foto: Joe Klamar - AFP

Irã deseja 'aumentar fortemente' produção de urânio altamente enriquecido, diz AIEA

O Irã começou a alimentar novas centrífugas para "aumentar fortemente" seu ritmo de produção de urânio altamente enriquecido, indicou um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), consultado pela AFP nesta sexta-feira (6).

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O documento aponta que a mudança na instalação nuclear de Fordo aumentará "significativamente a taxa de produção de urânio enriquecido até 60%".

Essa taxa calculada por mês pode ser mais de sete vezes superior aos 4,7 kg de urânio registrados "no período do relatório anterior" e observados pela agência nuclear da ONU.

A AIEA pediu ao Irã que forneça "com urgência" garantias "tecnicamente confiáveis" de que "a instalação não está sendo utilizada" para "produzir urânio a um nível de enriquecimento superior ao declarado" e de que "não há desvio de material nuclear declarado".

O Irã anunciou em novembro a ativação de uma série de "novas centrífugas avançadas", em resposta à resolução da AIEA que criticava a República Islâmica pela falta de cooperação em questões nucleares.

As centrífugas são máquinas que enriquecem o urânio transformado em gás, fazendo-o girar a uma velocidade extremamente alta, o que permite o aumento da proporção de matéria isotópica físsil (U-235) para diversos usos.

Behruz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, afirmou que as novas medidas estavam principalmente relacionadas ao enriquecimento de urânio.

O Irã defende o direito à energia nuclear para fins civis e nega que esteja buscando desenvolver uma arma atômica, embora seu programa nuclear continue a crescer.

O Tratado de Não Proliferação (TNP) obriga os Estados signatários a declarar e colocar seus materiais nucleares sob o controle da AIEA.

Em 2015, o Irã e as potências mundiais assinaram um acordo que previa o alívio das sanções internacionais contra Teerã em troca de garantias de que o país não desenvolveria uma arma nuclear.

Os Estados Unidos, no entanto, se retiraram do acordo em 2018, durante a presidência de Donald Trump, e restabeleceram fortes sanções contra Teerã.

Como represália, o Irã aumentou significativamente suas reservas de materiais enriquecidos e elevou o limite para 60%, próximo dos 90% necessários para fabricar uma arma atômica e bem distante dos 3,67% estabelecidos pelo acordo.

X.Maes--JdB