Journal De Bruxelles - Ucrânia acusa Rússia de 'crime de guerra' em cúpula em Malta

Ucrânia acusa Rússia de 'crime de guerra' em cúpula em Malta
Ucrânia acusa Rússia de 'crime de guerra' em cúpula em Malta / foto: Alberto PIZZOLI - POOL/AFP

Ucrânia acusa Rússia de 'crime de guerra' em cúpula em Malta

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia chamou seu homólogo russo, Sergei Lavrov, de "criminoso de guerra", durante uma cúpula internacional em Malta.

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O ministro ucraniano, Andrii Sibiga, acusou Moscou de ser "a maior ameaça à segurança comum", quando ambos os diplomatas participavam da reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Ta’Qali.

Esta é a primeira viagem de Lavrov a um país da União Europeia desde o início da invasão da Ucrânia em 2022.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também participa da reunião na ilha mediterrânica, embora não tenha encontro marcado com Lavrov.

O diplomata russo, sancionado pela UE, não visitava o bloco desde sua viagem a Estocolmo, em dezembro de 2021, também para uma reunião da OSCE, segundo a imprensa russa.

"A Rússia não é um parceiro, é a maior ameaça à nossa segurança comum. Sua participação na OSCE representa um perigo para a cooperação na Europa", declarou Sibiga.

- Da Guerra Fria à "quente" -

"Quando os russos dizem que querem a paz, eles mentem", disse ele, acrescentando que "a Ucrânia continua lutando por seu direito de existir".

Lavrov, sentado entre representantes de São Marino e da Romênia, atacou a UE, a Otan e os Estados Unidos e acusou o Ocidente de desencadear uma nova Guerra Fria.

Segundo o ministro russo, o Ocidente é responsável por uma "reencarnação da Guerra Fria, agora com maior risco de ficar quente".

Na última cúpula ministerial, realizada há um ano na Macedônia do Norte, Lavrov acusou a OSCE de ter tornar um "apêndice" da Otan e da UE.

Fundada em 1975 para reduzir as tensões entre o Oriente e o Ocidente durante a Guerra Fria, a OSCE tem 57 membros, incluindo Turquia, Mongólia, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Ucrânia e Rússia.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu pressionar para alcançar rapidamente um acordo para acabar com a guerra na Ucrânia, forçando Kiev a se reposicionar antes de sua posse em janeiro.

Blinken teve sua última grande reunião com Lavrov em março de 2023, durante a cúpula do G20 em Nova Dhéli.

- Canais de comunicação abertos -

Em 2022, a Polônia, que presidia a OSCE, negou que Lavrov entrasse em seu território para participar na reunião, irritando Moscou.

Desta vez, um porta-voz do país anfitrião explicou que Lavrov está sujeito a sanções da UE, incluindo o congelamento de bens, mas não está proibido de viajar. O convite foi estendido, segundo o porta-voz, para "manter abertos alguns canais de comunicação".

Desde a invasão da Ucrânia no início de 2022, a OSCE enfrenta um impasse interno devido aos vetos russos a decisões importantes, que exigem consenso. Além disso, os cargos de secretário-geral e outros três de chefia estão vagos desde setembro, já que não houve acordo sobre seus sucessores.

A secretária-geral em final de mandato, a alemã Helga Maria Schmid – que assumiu em dezembro de 2020 – obteve uma prorrogação até setembro, mas agora é necessário nomear um substituto.

Segundo fontes diplomáticas, os embaixadores concordaram em apresentar o turco Feridun Sinirlioğlu como sucessor, mas a decisão final deverá ser aprovada pelos ministros reunidos em Malta. A cúpula também deve definir qual país presidirá à OSCE em 2026 e 2027.

W.Lejeune--JdB