Zelensky recebe ajuda de Biden e promessa de apoio de Kamala
Volodimir Zelensky conseguiu, nesta quinta-feira (26), em Washington, um novo pacote de ajuda do presidente Joe Biden e o apoio da vice, Kamala Harris, candidata democrata à Presidência, que aproveitou para criticar os americanos que defendem a "rendição" da Ucrânia, em alusão ao ex-presidente republicano Donald Trump, que será seu rival nas eleições de novembro.
"A Rússia não vai vencer. A Ucrânia vai vencer, e vamos continuar apoiando-os em cada passo do caminho", disse Biden a Zelensky, que vestia sua tradicional roupa em estilo militar, no Salão Oval da Casa Branca.
Para "ajudar a Ucrânia a vencer esta guerra", o presidente americano anunciou, nesta quinta, um "aumento da ajuda no tema da segurança", sem mencionar o aval que Kiev espera para disparar mísseis de longo alcance fabricados nos Estados Unidos contra o território russo.
- "Apoio inabalável" -
"Meu apoio ao povo ucraniano é inabalável", disse Kamala Harris, vice-presidente e candidata às eleições de novembro, durante uma reunião em separado com o presidente ucraniano.
Ela criticou aqueles que "obrigariam a Ucrânia a ceder grandes partes de seu território soberano, aqueles que exigiriam que a Ucrânia aceite a neutralidade", referindo-se a Trump.
"Estas propostas são as mesmas que as de (o presidente russo, Vladimir) Putin. E sejamos claros, não são propostas de paz. Ao contrário, são propostas de rendição", acrescentou, sem mencionar seu adversário pelo nome.
Este último foi sarcástico em suas críticas a Zelensky, a quem acusou na quarta-feira de se negar a "concluir um acordo" com a Rússia.
"Cada vez que vinha ao nosso país, ia embora com 60 bilhões de dólares" (aproximadamente R$ 326 bilhões), afirma Trump.
- "Uma paz justa" -
"Esta guerra pode ser vencida e uma paz justa pode ser alcançada, mas só com os Estados Unidos", argumentou o chefe de Estado ucraniano, que apresentou seu "plano para a vitória".
Biden pediu a realização de uma cúpula de alto nível na Alemanha com 50 países aliados da Ucrânia "para coordenar os esforços".
O presidente democrata, de 81 anos, um dos principais artífices do apoio ocidental à Ucrânia desde a invasão russa ao país, em fevereiro de 2022, decidiu desembolsar no total US$ 8 bilhões (R$ 43,5 bilhões, na cotação atual).
Biden, que desistiu de disputar a reeleição e que, portanto, deixará o poder em janeiro, segue gastando os fundos de US$ 61 bilhões (R$ 331,8 bilhões), votados a duras penas em abril por um Congresso polarizado politicamente.
Pela manhã, Zelensky foi recebido no Congresso pelos líderes dos partidos Republicano e Democrata no Senado, ambos usando gravatas amarelas e camisas azuis, as cores da Ucrânia.
O presidente ucraniano "revelou os pontos principais de seu plano de vitória", segundo um resumo da reunião, distribuído por sua equipe.
A visita ocorreu um dia depois de Putin ameaçar com uma possível mudança na doutrina sobre o uso de armamento nuclear.
"É um sinal que adverte estes países das consequências de participar de um ataque contra nosso país com meios diversos, não necessariamente nucleares", disse o porta-voz da Presidência russa, Dimitri Peskov.
No terreno, a Rússia reivindicou a tomada de Ukrainsk nesta quinta-feira.
Esta cidade fica 30 km a oeste da cidade de Donetsk, capital da região homônima, cuja anexação é reivindicada por Moscou.
As tropas russas tentam ocupar a totalidade da região de Donetsk, e exigem que Kiev retire seus soldados dali, assim como das regiões vizinhas de Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, como condição prévia para abrir as conversações de paz.
A.Parmentier--JdB