EUA destina US$ 685 milhões à América Latina para acolher migrantes
Os Estados Unidos vão desembolsar "mais de 685 milhões de dólares" (3,7 bilhões de reais) para ajudar os países latino-americanos a receber migrantes, anunciou, nesta quarta-feira (25), o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, em Nova York.
Com esta quantia, o governo do presidente Joe Biden destinou mais de 1,2 bilhão de dólares (6,5 bilhões de reais) para este trabalho em 2024, disse Blinken durante uma reunião da Declaração de Los Angeles, uma aliança migratória criada em 2022 durante a Cúpula das Américas.
Os novos fundos "incluem quase 369 milhões de dólares (2 bilhões de reais) para ajudar refugiados, populações migrantes vulneráveis e países de acolhimento" e outros 228 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais) em assistência "alimentar de emergência" para migrantes venezuelanos e pessoas deslocadas em Colômbia, Equador e Peru, disse ele.
Os recursos incluem, ainda, 10 milhões de dólares (54,7 milhões de reais) para um programa do Banco Mundial na América Latina e no Caribe que promove o desenvolvimento para "beneficiar tanto os refugiados quanto as comunidades que os acolhem", detalhou o secretário de Estado.
Washington também anunciou a criação de uma secretaria técnica, um escritório que supervisionará a coordenação entre os países que compõem a Declaração de Los Angeles.
A Colômbia o presidirá. Este escritório é "muito importante para avançarmos na institucionalização" da aliança migratória, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, durante o evento.
O país acolheu quase 3 milhões de venezuelanos, dos quais 2,5 milhões já foram regularizados e há "500 mil" em processo de regularização, acrescentou.
Mas o ministro fez um apelo a "ampliar as formas de responder aos migrantes que estão em trânsito para a Colômbia".
Durante uma coletiva de imprensa remota, Luis Miranda, um funcionário do Departamento de Segurança Interna (DHS) americano, informou que tratar a imigração de forma coletiva está "melhorando a segurança da região inteiramente" porque, por exemplo, permite compartilhar informação biométrica.
Mas alertou os migrantes que "não se devem deixar enganar" se alguém lhes propuser acelerar o processo de solicitação de asilo para entrar nos Estados Unidos porque "é fraude".
A migração é um dos temas centrais das eleições presidenciais americanas, em 5 de novembro.
Apesar da aliança migratória, Washington enfrenta vários desafios, como a Nicarágua, país que acusa de fazer negócios com a migração.
"Estamos em contato com o governo e expressamos nossa preocupação com a maneira como estão precipitando a migração irregular", informou Eric Jacobstein, alto funcionário do Departamento de Estado, durante uma coletiva de imprensa.
Mas "tomamos ações", acrescentou, em alusão a uma série de sanções impostas nos últimos meses ao país centro-americano e dirigentes ou companhias que participam do processo.
O governo americano não só gerencia os temas migratórios com os países da Declaração de Los Angeles, mas com outros, como a República Dominicana, destacou Marcela Escobari, conselheira de Biden.
"Mas ficaríamos extremamente contentes de ter" o país entre os membros da aliança, concluiu.
E.Carlier--JdB