Journal De Bruxelles - Trump ataca Kamala em primeiro comício ao ar livre desde tentativa de assassinato

Trump ataca Kamala em primeiro comício ao ar livre desde tentativa de assassinato
Trump ataca Kamala em primeiro comício ao ar livre desde tentativa de assassinato / foto: Peter Zay - AFP

Trump ataca Kamala em primeiro comício ao ar livre desde tentativa de assassinato

Por trás de uma estrutura de vidro blindado, Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (21) que milhões de empregos "vão desaparecer da noite para o dia" se Kamala Harris vencer as eleições presidenciais de novembro, em seu primeiro comício ao ar livre desde que sofreu uma tentativa de assassinato, no mês passado.

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"As economias de toda a sua vida vão desaparecer por completo", previu o candidato republicano no museu da aviação de Asheboro, tendo ao fundo o barulho de aviões de guerra.

"Se a camarada Kamala vencer em novembro, a Terceira Guerra Mundial está praticamente garantida", insistiu Trump, acrescentando que a adversária é "a pessoa de esquerda mais radical" que já disputou a Casa Branca.

"Ela quer fronteiras abertas. Se for presidente, em quatro anos" haverá entre "60 milhões e 70 milhões" de imigrantes de todo o mundo, disse Trump, cuja retórica contra a imigração tornou-se uma marca de sua campanha.

O republicano, 78, prometeu que fará com que o país "volte a ser forte e grande", e ressaltou que é capaz de evitar uma guerra com um telefonema.

"Vamos devolver a paz ao mundo e, acima de tudo, posso fazê-lo com um telefonema" para alertar o país que, se entrar em guerra, não poderá "fazer negócios nos Estados Unidos" e pagará "taxas de 100%".

O Serviço Secreto recomendou que Trump deixasse de participar de atos públicos ao ar livre. Acostumado a multidões, ele vinha fazendo comícios em locais fechados.

O ex-presidente mostrou-se tranquilo hoje. Em determinado momento, ele deixou o palanque e se aproximou da multidão para observar uma pessoa que parecia passar mal.

- Estados-chave -

O bilionário faz campanha nesta semana em estados-chave, com o objetivo de frear a projeção de Kamala Harris. A vice-presidente recebeu ontem o apoio formal dos delegados democratas, tornando-se a primeira mulher negra candidata à presidência do país.

Desde que o presidente Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição, Kamala levou esperança ao partido e mobilizou multidões de até 10 mil pessoas em seus comícios, além de impulsionar a arrecadação de fundos.

O que mais preocupa Trump, porém, é a virada nas pesquisas, nas quais a democrata aparece com uma leve vantagem em alguns estados-chave. A Carolina do Norte é um desses sete estados onde a disputa é acirrada, e que devem decidir o resultado das eleições de 5 de novembro.

Restam mais de dois meses de campanha e a sorte não está lançada para nenhum dos candidatos, que terão de lutar para conquistar o voto dos jovens, dos independentes ou indecisos e das minorias, sobretudo latinos e afro-americanos.

Alguns republicanos recomendam que Trump se concentre em seu programa de governo e deixe de lado os ataques pessoais à adversária. O republicano queixou-se hoje de que os democratas estão obcecados por ele e instrumentalizam a Justiça, que o condenou em maio em um processo criminal e abriu outras causas contra o magnata.

D.Mertens--JdB