Journal De Bruxelles - Biden promete defender Filipinas em caso de 'ataque' no Mar do Sul da China

Biden promete defender Filipinas em caso de 'ataque' no Mar do Sul da China
Biden promete defender Filipinas em caso de 'ataque' no Mar do Sul da China / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP

Biden promete defender Filipinas em caso de 'ataque' no Mar do Sul da China

Em uma clara advertência a Pequim, o presidente americano, Joe Biden, se comprometeu, nesta quinta-feira (11), a defender as Filipinas em caso de "ataque" no Mar do Sul da China, durante uma cúpula sem precedentes com os dirigentes japonês e filipino.

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"Qualquer ataque contra aviões, navios ou forças armadas filipinas no Mar do Sul da China" desencadearia a aplicação do "tratado de defesa mútua", disse Biden.

O presidente americano fez essa declaração ao lado de seu par filipino, Ferdinand Marcos Jr., e do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, convidados para uma cúpula trilateral inédita na Casa Branca.

A cúpula acontece em meio a enfrentamentos reiterados entre navios chineses e filipinos que geram o temor de um conflito.

Pequim reivindica quase a totalidade do Mar do Sul da China, fazendo pouco caso das reivindicações de várias nações do sudeste asiático, entre elas as Filipinas.

"O compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Japão e Filipinas é inabalável", afirmou o democrata de 81 anos.

Biden estabeleceu como objetivo uma região da Ásia-Pacífico "livre, aberta, próspera e segura", uma expressão usada por Washington para contrapor o que considera planos perigosos e agressivos da China na região.

Seus comentários provavelmente vão incomodar a China, por mais indiretos que tenham sido.

Pequim já reagiu duramente ao anúncio de quarta-feira de uma maior cooperação militar entre Estados Unidos e Japão.

"Estados Unidos e Japão, desafiando as sérias preocupações da China, difamaram e atacaram a China em relação a Taiwan e aos temas marítimos", declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, em entrevista coletiva.

O presidente americano se reuniu ontem com Fumio Kishida durante visita de Estado, prelúdio desta reunião trilateral com Ferdinand "Bongbong" Marcos Jr., filho e homônimo do ex-ditador das Filipinas, que chegou ao poder em junho de 2022.

- Atol Second Thomas -

Por sua vez, o chefe de Estado filipino classificou a reunião de "histórica".

"A reunião de hoje nos oferece a oportunidade de definir o futuro que queremos e os meios para consegui-lo juntos", acrescentou Bongbong Marcos em uma breve declaração na presença de jornalistas.

As ações militares da China "representam um desafio sem precedentes, e o maior desafio estratégico não só para a paz e a segurança do Japão, mas para a paz e a segurança de toda a comunidade internacional", afirmou anteriormente o primeiro-ministro japonês perante o Congresso americano em Washington.

Nos últimos meses, as tensões entre China e Filipinas atingiram níveis nunca vistos em anos. Ambos os países têm feito valer, cada vez mais, suas reivindicações territoriais.

No mês passado ocorreram dois choques entre navios chineses e filipinos perto do atol Second Thomas, denominado Ren'ai por Pequim, no Mar do Sul da China.

Nesse contexto, Biden anunciou que Estados Unidos, Filipinas e Japão "vão aprofundar seus laços em matéria de segurança marítima".

Também prometeu uma cooperação econômica e tecnológica mais estreita, em particular para desenvolver grandes projetos de infraestrutura nas Filipinas.

As tensões, unidas aos rumores sobre as reivindicações chinesas relativas à ilha autônoma de Taiwan, levaram Biden a promover alianças na região da Ásia-Pacífico para contrapor as ambições estratégicas da China.

Nesse sentido, Biden foi o anfitrião de outra cúpula trilateral sem precedentes, em 2023, com os líderes de Japão e Coreia do Sul em sua residência de Camp David.

I.Servais--JdB