Novo governo palestino assume funções com desafio de superar ceticismo
Um novo governo palestino assumiu suas funções, neste domingo (31), em Ramallah, sede da Autoridade Palestina, que está sob pressão para implementar reformas e luta contra o ceticismo da população.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, está sob pressão da comunidade internacional, e em especial dos Estados Unidos, para implementar "reformas administrativas" favoráveis "ao povo".
Após ter sido nomeado primeiro-ministro em meados de março, o economista Mohammed Mustafa, de 69 anos, ex-funcionário do Banco Mundial, em Washington, apresentou na quinta-feira um governo de 23 ministros de perfis diversos.
Todos prestaram juramento na noite deste domingo em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
O novo gabinete inclui quatro mulheres e seis ministros são procedentes da Faixa de Gaza, onde há quase seis meses teve início a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
A prioridade do governo é "reunificar as instituições, inclusive assumindo a responsabilidade por Gaza", declarou Mustafa na quinta-feira em uma carta na qual expôs sua agenda.
O chefe de governo, que acumula o cargo de ministro das Relações Exteriores, destacou que a "reconstrução" dos Territórios Palestinos é uma prioridade, principalmente a Faixa de Gaza, devastada pela guerra, uma tarefa para a qual vai nomear um coordenador.
O Hamas, adversário do movimento Fatah, de Mahmoud Abbas, governa a Faixa de Gaza desde 2007.
A guerra começou em 7 de outubro após um ataque sem precedentes de milicianos do Hamas em Israel, que deixou 1.160 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados israelenses.
Em represália, Israel prometeu destruir o Hamas, o qual considera uma organização terrorista, assim como Estados Unidos e União Europeia, e sua ofensiva terrestre e aérea matou 32.782 palestinos, segundo o balanço mais recente do movimento islamista.
Os combatentes do Hamas também capturaram em 7 de outubro cerca de 250 reféns, dos quais 130 seguem cativos em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, segundo as autoridades israelenses.
S.Lambert--JdB