Líder opositora pede mais apoio internacional às presidenciais na Venezuela
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, declarada inelegível com vistas às eleições presidenciais de 28 de julho, pediu o apoio da comunidade internacional, nesta sexta-feira (29), para conseguir inscrever a candidatura de Corina Yoris, a quem indicou para substituí-la.
"Faço um apelo para que os líderes democráticos do mundo se unam aos esforços de presidentes e governos em exigir ao regime de (Nicolás) Maduro que permita a inscrição de Corina Yoris como candidata nas próximas eleições presidenciais", declarou Machado na plataforma X.
A opositora fez este pedido, após agradecer aos dirigentes de França, Colômbia e Brasil por terem rejeitado a exclusão de Yoris a disputa presidencial.
Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu, juntamente com seu contraparte francês, Emmanuel Macron, uma forte condenação à exclusão de Yoris.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta em Brasília, ao final de uma visita de Estado de três dias de Macron ao Brasil, Lula qualificou como "grave" a exclusão da candidata nomeada por Machado.
"Não tem explicação jurídica, [nem] política" de por que não pôde fazê-lo, disse Lula, que se declarou "surpreso" com a notícia. Macron, por sua vez, pediu para "restituir" a possibilidade de que Yoris participe das eleições.
A chancelaria da Colômbia, por sua vez, havia expressado na quarta-feira sua "preocupação com os recentes acontecimentos ocorridos por ocasião da inscrição de algumas candidaturas" na Venezuela, ressaltando que "poderia afetar a confiança de alguns setores da comunidade internacional" nas eleições.
As razões para o bloqueio da candidatura de Yoris, também apoiada pela coalizão Plataforma da Unidade Democrática (PUD), ainda não foram explicadas pelas autoridades eleitorais.
"Ficou claro que não há razões políticas, nem jurídicas que impeçam que Corina Yoris possa ser candidata e que sua exclusão, como a minha, negam a possibilidade de eleições livres e justas", disse Machado, que venceu por ampla margem as primárias da oposição no ano passado, mas foi inabilitada.
A principal coalizão de partidos acabou inscrevendo "provisoriamente" de última hora Edmundo González Urrutia, enquanto termina de definir seu candidato.
No total, registraram-se 13 candidatos, incluindo Gonález; Manuel Rosales, ex-adversário do presidente falecido Hugo Chávez; Maduro; um ex-dirigente eleitoral e nove líderes que se apresentam como antichavistas, mas são tachados pela oposição tradicional de "colaboracionistas" do governo.
D.Verstraete--JdB