Journal De Bruxelles - Bombardeios israelenses contra posições do Hezbollah em Síria e Líbano matam dezenas

Bombardeios israelenses contra posições do Hezbollah em Síria e Líbano matam dezenas
Bombardeios israelenses contra posições do Hezbollah em Síria e Líbano matam dezenas / foto: Ibrahim Amro - AFP/Arquivos

Bombardeios israelenses contra posições do Hezbollah em Síria e Líbano matam dezenas

Uma sequência de bombardeios israelenses contra posições do movimento libanês Hezbollah na Síria e no Líbano deixaram dezenas de mortos, uma escalada no enfrentamento aos aliados do Hamas, que alimenta o temor de uma conflagração regional.

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O Exército israelense não comentou os bombardeios na Síria, mas anunciou ter matado o subcomandante encarregado da unidade de mísseis do Hezbollah, Ali Naim, em um ataque no Líbano.

No norte da Síria, uma série de "bombardeios israelenses" contra "depósitos de mísseis do Hezbollah" em Aleppo deixou 36 soldados sírios mortos e também resultou na morte de sete milicianos do Hezbollah e outros três combatentes pró-iranianos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo esta organização, sediada no Reino Unido e com uma ampla rede de informantes no terreno, este é o balanço mais mortal nas fileiras do Exército sírio decorrente de um ataque israelense desde que começou a guerra na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, em 7 de outubro.

O Hezbollah anunciou o "martírio" de sete de seus combatentes, inclusive Ali Naim, sem detalhar onde ou quando morreram. O movimento libanês é aliado do regime sírio, do movimento islamista palestino Hamas e do Irã, todos inimigos de Israel.

Desde o início deste conflito, o Hezbollah, em solidariedade ao Hamas, ataca quase diariamente alvos no norte de Israel a partir do sul do Líbano.

Israel responde aos ataques do Hezbollah com operações contra alvos cada vez mais profundos em território libanês: as mais recentes atingiram áreas a mais de 100 quilômetros da fronteira.

Além disso, o Exército israelense intensificou os ataques contra elementos pró-Irã na Síria, país onde atacou muitos alvos desde o início da guerra civil em 2011.

Em meados deste mês, o Exército de Israel anunciou que já havia atacado "quase 4.500 alvos do Hezbollah" no Líbano e na Síria desde o início da guerra com o Hamas em Gaza.

- Irã e Rússia emitem condenação -

Uma fonte militar síria, citada pela agência oficial de notícias Sana, relatou "vários mortos e feridos, entre civis e soldados", em um ataque israelense contra posições do Exército nas imediações de Aleppo.

"O inimigo israelense executou um ataque aéreo contra diversas posições em Athriya, no sudeste de Aleppo", disse a fonte.

Na madrugada desta sexta também ocorreram ações direcionadas contra fábricas vinculadas ao Ministério da Defesa sírio em Safira, perto de Aleppo, mas que agora estão sob o controle de grupos pró-Irã, segundo o OSDH.

Procurado pela AFP em Jerusalém, o Exército israelense afirmou, como é habitual nestes casos, que não comenta informações divulgadas por meios de comunicação estrangeiros.

O porta-voz da chancelaria iraniana, Nasser Kanani, denunciou "uma violação da soberania e da integridade territorial da Síria, e uma séria ameaça à paz e à segurança regionais e internacionais".

A Rússia tachou, nesta sexta, os bombardeios israelenses na Síria de "inaceitáveis".

"Condenamos firmemente estes atos de provocação armada, que têm consequências extremamente perigosas no contexto de uma forte deterioração da situação na região do conflito israelense-palestino", declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

O Hezbollah tem integrantes na Síria que apoiam o presidente Bashar al Assad na guerra civil deste país e continuam operando para proteger suas linhas de abastecimento com o Irã.

Teerã afirma que sua presença na Síria é limitada ao trabalho de conselheiros militares.

Na quinta-feira, um ataque atingiu um imóvel residencial nas imediações de Damasco e deixou pelo menos dois mortos, informou a agência oficial Sana, que atribuiu a ação a Israel.

Em 19 de março, bombardeios israelenses atingiram depósitos de armas de Hezbollah nos arredores da capital síria.

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U.Dumont--JdB