Journal De Bruxelles - Resolução da ONU tem ampla aprovação internacional

Resolução da ONU tem ampla aprovação internacional
Resolução da ONU tem ampla aprovação internacional / foto: ANGELA WEISS - AFP

Resolução da ONU tem ampla aprovação internacional

A aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que pede um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza foi criticada por Israel, mas saudada pela maior parte da comunidade internacional:

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OS BELIGERANTES

O movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, saudou a resolução e ressaltou sua disposição a "alcançar um cessar-fogo permanente que leve à retirada de todas as forças israelenses" daquele território palestino.

Israel criticou a resolução e cancelou o envio de uma delegação a Washington, solicitada pelo presidente Joe Biden. "Não temos o direito moral de interromper a guerra enquanto houver reféns em Gaza", declarou o ministro da Defesa, Yoav Gallant.

ESTADOS UNIDOS

A abstenção dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, "não representa uma mudança" na política americana, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

A Casa Branca manifestou perplexidade e decepção com o cancelamento da visita da delegação israelense.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, declarou que "um cessar-fogo pode começar assim que o primeiro refém for libertado".

AUTORIDADE PALESTINA

A Autoridade Palestina, que exerce um controle parcial da Cisjordânia ocupada, elogiou a resolução do Conselho de Segurança e exigiu "o fim definitivo dessa guerra criminosa e a retirada imediata de Israel da Faixa de Gaza", publicou seu ministro de Assuntos Civis na rede social X.

EGITO

A chancelaria destacou o que chamou de "primeiro passo importante e necessário para deter o derramamento de sangue" em Gaza e lamentou "o desequilíbrio" da resolução devido "ao prazo limitado e às obrigações que comporta".

LIGA ÁRABE

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Ghei, saudou uma resolução "que chega tarde" e pediu que sejam interrompidas "imediata e totalmente as operações militares e a agressão israelenses".

IRÃ

Teerã, aliado do Hamas, saudou "o passo positivo, mas insuficiente", e pediu "uma ação eficaz para aplicá-lo e uma interrupção completa e permanente dos ataques do regime sionista agressor contra a Faixa de Gaza e a Cisjordânia", disse seu porta-voz diplomático, Nasser Kanani.

TURQUIA

A Turquia celebrou "uma etapa positiva" e pediu o fim "da catástrofe humanitária em Gaza".

ONU

"Esta resolução deve ser aplicada. O seu descumprimento será imperdoável", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

UNIÃO EUROPEIA

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou a resolução "vital para a proteção de todos os civis" na Faixa de Gaza.

ESPANHA

O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, considerou "imperativo" que a resolução seja cumprida e afirmou que a mesma "vai ao encontro do que a Espanha defendeu desde o começo do conflito".

A Espanha é um dos países europeus mais críticos de Israel desde o começo do conflito.

ÁFRICA DO SUL

O país, que fez nos últimos meses várias denúncias contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça por genocídio em Gaza, saudou a resolução.

"A bola está com o Conselho de Segurança, que será julgado por sua capacidade de garantir o cumprimento de sua resolução", disse a chanceler, Naledi Pandor.

BRASIL

O governo brasileiro, muito crítico de Israel, ressaltou "a obrigatoriedade da implementação das decisões emanadas do Conselho de Segurança da ONU" e pediu que o cessar-fogo seja implementado imediatamente.

Também reiterou "a urgência de assegurar o efetivo ingresso de fluxo ampliado e regular de ajuda humanitária em Gaza, bem como a libertação de todos os reféns".

ONGs

A Anistia Internacional considerou que "não há um segundo a perder" e pediu que a comunidade internacional deixe "de lado os jogos políticos" e priorize o salvamento de vidas.

A Oxfam pediu que os países que fazem parte do Conselho mostrem "liderança moral" e ponham fim "ao massacre e sofrimento em Gaza".

O.M.Jacobs--JdB