Biden e Harris manifestam apoio a presidente da Guatemala na Casa Branca
A Casa Branca manifestou apoio neste segunda-feira (25) ao presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, com reuniões com Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris para falar de migração.
A reunião com o presidente Biden transcorreu "em um ambiente de cordialidade", segundo a Presidência guatemalteca. Embora não figurasse na agenda enviada aos meios de comunicação, "estava planejada e sujeita à agenda do mandatário americano", acrescentou.
"Hoje dei boas-vindas ao presidente Arévalo na Casa Branca para felicitá-lo pessoalmente por sua posse e reiterar nosso compromisso com uma associação sólida entre Estados Unidos e Guatemala", escreveu Biden na rede social X.
A Casa Branca relata a reunião em um breve comunicado. Ambos os líderes falaram de "boa governança, gestão eficaz da migração, a importância de defender a democracia e outros temas de interesse mútuo".
O democrata também lhe agradeceu por a Guatemala receber em abril um cúpula regional sobre migração e insistiu na importância de enfrentar as causas que levam os centro-americanos a deixarem seus países.
Este foi tema central da agenda de Arévalo nesta segunda.
"Nós o apoiamos em exigir responsabilidades aos corruptos e a promover a boa governança", disse Harris ao presidente guatemalteco.
A corrupção "fortalece as organizações criminosas e perpetua a violência, todos fatores que impulsionam as pessoas a deixarem seu país de origem", afirmou a vice-presidente americana.
Os guatemaltecos não são os latino-americanos que mais emigram para os Estados Unidos, mas, ainda assim, a patrulha de fronteira americana interceptou 130.000 que atravessaram uma ou mais vezes a fronteira com o México sem visto desde outubro até o fim de fevereiro.
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Arévalo prometeu combater a corrupção, um dos motivos pelos quais o governo de Biden conta com seu apoio para frear a afluência de migrantes, quando é alvo de fortes críticas dos republicanos para sua política migratória.
A administração democrata mantém uma excelente relação com o presidente progressista guatemalteco, deixando para trás a tensão que caracterizou o mandato de seu antecessor de direita Alejandro Giammattei, sobretudo nos últimos tempos.
Harris defendeu uma relação baseada em "transparência e franqueza".
Arévalo classificou o encontro com a vice-presidente de "momento histórico" que reflete "o que acreditamos que será um forte apoio contínuo dos Estados Unidos".
Como demonstração de apoio, Harris anunciou uma série de medidas para o país centro-americano, como uma ajuda de US$ 170 milhões de dólares (R$ 848 milhões, na cotação atual), a ampliação do programa Corpo de Serviços Centro-Americano (CASC) para milhares de jovens que correm o risco de emigrar, assistência técnica para reformas e a promoção do comércio de têxteis.
Além disso, promete apoiar as mulheres guatemaltecas e às comunidades indígenas, que desempenharam um papel importante na eleição de Arévalo, assim como investimentos em energias limpas e na conservação da biodiversidade no país.
- 'Da noite para o dia' -
Pela tarde, Arévalo e Harris também assistiram a uma reunião da Centro-América Adiante, uma aliança público-privada que aborda as causas da migração na Guatemala, El Salvador e Honduras.
Até agora, esta organização mobilizou mais de 5,2 bilhões de dólares (cerca de R$ 26 bilhões) para esta região, incluindo mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) anunciados nesta segunda pela Casa Branca.
"Os problemas não surgiram do dia para a noite e as soluções não serão alcançadas da noite para o dia", afirmou a vice americana, a quem Biden encarregou a difícil tarefa de reduzir a migração irregular.
O presidente guatemalteco concorda: "Muitos dos problemas que enfrentamos são estruturais, de longa data e não podem ser resolvidos no curto prazo, nem sem o apoio e a cooperação dos Estados Unidos e outros parceiros internacionais chave."
Arévalo chegou no domingo a Washington, onde se reuniu com a comunidade guatemalteca. Ele vai partir na quarta-feira depois de, entre outros compromissos, discursar na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA).
E.Heinen--JdB