Condenação internacional unânime, com nuances, do ataque a Moscou
A comunidade internacional condenou por unanimidade o ataque que deixou mais de 130 mortos na sexta-feira em uma casa de show em um subúrbio de Moscou, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), embora com nuances diferentes entre as potências ocidentais e os aliados da Rússia.
Rússia
O presidente Vladimir Putin denunciou uma "ato terrorista selvagem" e declarou um dia de luto nacional.
Em um discurso televisionado, afirmou que os quatro supostos autores do ataque tentaram fugir para a Ucrânia antes de serem presos e prometeu que todos os responsáveis serão "punidos" e "não terão um destino invejável".
O presidente não mencionou a reivindicação do massacre por parte do EI.
Ucrânia
A Ucrânia, confrontada com uma invasão russa há mais de dois anos, descreveu as versões dos serviços especiais de Moscou como "absurdas".
"Sejamos claros: a Ucrânia não tem absolutamente nada a ver com estes acontecimentos", disse um assessor da Presidência ucraniana, Mikhaílo Podoliak, no Telegram.
Os serviços de inteligência militar ucranianos afirmaram que "o ataque terrorista em Moscou é uma provocação planejada e deliberada dos serviços especiais russos, ordenada por Putin" com o objetivo de justificar bombardeios ainda mais poderosos contra a Ucrânia e uma mobilização total na Rússia".
ONU
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, "condena nos termos mais fortes possíveis o ataque terrorista" e "envia as suas condolências às famílias enlutadas, assim como ao povo e ao governo da Federação da Rússia", disse o seu porta-voz. .
EUA e Europa ocidental
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou um ataque "cruel" e o terrorismo "em todas as suas formas".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "condenou energicamente o ataque terrorista" e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criticou "um ataque atroz" contra "pessoas indefesas".
A Otan "condenou inequivocamente os ataques contra os participantes em um show em Moscou" e indicou que "nada pode justificar crimes tão hediondos".
O presidente francês, Emmanuel Macron, "denunciou firmemente o ataque terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico".
O chefe da diplomacia britânica, David Cameron, afirmou que "nada pode justificar tal violência".
O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, disse que "nada pode justificar ou explicar a barbárie".
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse esperar que "esta terrível tragédia não sirva de pretexto para uma escalada de violência e agressão".
América Latina
O Brasil manifestou "solidariedade ao povo e ao governo da Rússia" e seu "repúdio" ao terrorismo.
"Da Venezuela, expressamos apoio ao presidente Vladimir Putin e levantamos a voz para rejeitar categoricamente qualquer ato de violência", publicou no X (antigo Twitter) o presidente Nicolás Maduro.
A Chancelaria mexicana disse que "lamenta" a tragédia e que não tinha conhecimento "sobre mexicanos que tenham sido vítimas".
A Bolívia condenou "veementemente" o atentado e transmitiu suas condolências aos familiares das vítimas deste "lamentável incidente".
Oriente Médio
A Síria, aliada de Moscou, considerou que o atentado está "diretamente relacionado às derrotas cruéis e dolorosas do neonazismo e seus seguidores após a operação militar especial no Donbass", referindo-se à anexação russa dessa região da Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hosein Amir-Abdollahian, enfatizou que "uma luta conjunta e eficaz contra o terrorismo requer uma ação séria e não discriminatória da comunidade internacional".
Israel, "entristecido pelos trágicos eventos em Moscou", declarou que seus pensamentos estavam "com as famílias das vítimas".
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, expressou "sua forte condenação" e seu "repúdio ao terrorismo".
O movimento islâmico libanês Hezbollah transmitiu suas "mais profundas condolências aos líderes russos e ao amistoso povo russo por esta dolorosa tragédia".
Ásia
O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou em uma mensagem para Putin que apoiava "firmemente os esforços do governo russo para proteger sua segurança e estabilidade nacionais".
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, condenou "veementemente o abominável atentado terrorista" e expressou solidariedade "com o governo e o povo da Federação Russa neste momento de luto".
A Coreia do Sul expressou o desejo de que "uma investigação rápida revele claramente quem esteve por trás" da tragédia.
África
O governo do Mali, que direcionou suas alianças políticas e militares para a Rússia, condenou "com o máximo vigor este ataque covarde e selvagem contra populações civis indefesas".
O ministro das Relações Exteriores do Quênia denunciou um atentado "contrário a todos os princípios fundamentais de nossa humanidade comum" e expressou a "solidariedade do Quênia ao povo e ao governo da Rússia" ao seu "irmão e homólogo" russo, Serguei Lavrov.
F.Dubois--JdB