Senadores democratas pedem que Biden promova um Estado palestino
Mais de um terço dos senadores democratas dos Estados Unidos pediram, nesta quarta-feira (20), ao presidente Joe Biden que promova a criação de um Estado palestino, exercendo, assim, mais pressão sobre Israel.
Há alguns dias, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, fez um discurso pedindo novas eleições em Israel e criticou abertamente o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pela forma como conduz a guerra contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
A crise no Oriente Médio "atingiu um ponto crítico" que exige que os Estados Unidos façam mais do que simplesmente "facilitar" as negociações entre israelenses e palestinos, avaliam os 19 senadores, liderados por Tom Carper, em uma carta aberta.
"Portanto, solicitamos à administração Biden que estabeleça sem demora um quadro ousado e público que descreva as etapas necessárias" para estabelecer um Estado palestino tanto na Cisjordânia quanto em Gaza, escreveram os parlamentares, entre os quais não está Schummer.
Segundo eles, um Estado palestino deve ser "não militar" (a mesma formulação usada pelo presidente Bill Clinton há 20 anos) e deve reconhecer Israel e rejeitar o Hamas.
Biden e seu chefe de diplomacia, Antony Blinken, apoiam uma solução de dois Estados, mas fizeram pouco para promovê-la antes da guerra, cientes de que Netanyahu e seu governo de extrema direita se opõem firmemente à ideia.
Seus colegas republicanos conversaram no começo da tarde com Netanyahu por videoconferência.
"Deixei claro a ele que os Estados Unidos não hão de dar conselhos a um aliado democrático sobre quando realizar eleições ou qual tipo de campanha militar pode executar", disse a jornalistas o líder republicano, Mitch McConnell.
O primeiro-ministro israelense falou pela manhã com o presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, que lhe transmitiu seu "forte desacordo" com Schummer.
Desde a devastadora ofensiva de Israel contra Gaza, o governo dos Estados Unidos fortaleceu sua posição a favor de um Estado palestino e pediu uma reforma da Autoridade Palestina.
A guerra teve início em 7 de outubro, com uma incursão de milicianos islamistas que mataram 1.160 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Em represália, o Exército israelense lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza, com o objetivo de "aniquilar" o Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia. Até o momento, a operação deixou 31.923 mortos, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
P.Mathieu--JdB