Congresso americano ficará fechado por 15 dias sem chegar a acordo sobre ajuda à Ucrânia
Os membros do Congresso dos Estados Unidos concordaram em realizar uma pausa por 15 dias, sem ter aprovado qualquer nova ajuda militar à Ucrânia, cujas tropas necessitam urgentemente de munições para combater a invasão russa.
Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (20), o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, Mike Johnson, mencionou que a casa estava "considerando uma série de caminhos", sem divulgar qualquer calendário para a sua votação.
Entre as várias opções estudadas para avançar na questão está a ideia de conceder um empréstimo financeiro a Kiev, além da utilização de ativos congelados de oligarcas russos para financiar a ajuda militar.
Tudo menos o pacote de 60 bilhões de dólares (cerca de R$ 300 bilhões na cotação atual), já aprovado pelo Senado e exigido há meses pelo presidente democrata, Joe Biden, que inclui também apoio a Taiwan e Israel.
O líder republicano, leal ao ex-presidente Donald Trump (2017-2021), rejeita categoricamente ceder à pressão para examinar este projeto de lei, alegando uma série de motivos, da ausência de disposições rigorosas na questão migratória no texto, até simples questões de calendário legislativo.
Até o final de semana, os membros da Câmera dos Representantes e do Senado deixarão a capital americana para passar 15 dias trabalhando em seus respectivos círculos eleitorais.
As atividades em Washington estão previstas para retornar no dia 8 de abril.
Os Estados Unidos, país que é o maior apoiador militar da Ucrânia, não lança um grande pacote de ajuda a Kiev desde dezembro de 2022.
De acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, uma decisão rápida do Congresso sobre o desbloqueio de ajuda à Ucrânia é de "vital importância".
Biden, candidato à reeleição nas eleições de novembro contra Trump, voltou a pedir ao Congresso dos EUA, em um discurso solene de 7 de março, que desbloqueie o pacote de ajuda.
Mais de dois anos após a invasão russa — lançada em fevereiro de 2022 —, a Ucrânia luta com dificuldades frente a superioridade russa em número, armas e munições.
D.Verstraete--JdB