Journal De Bruxelles - Ataque contra banco central é repelido no Haiti

Ataque contra banco central é repelido no Haiti
Ataque contra banco central é repelido no Haiti / foto: Richard Pierrin - AFP

Ataque contra banco central é repelido no Haiti

Um ataque contra o banco central do Haiti em Porto Príncipe, a capital controlada em grande parte por gangues armadas, foi repelido e vários agressores morreram, declarou à AFP, nesta terça-feira (19), uma fonte do órgão.

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O Banco da República do Haiti (BRH) é uma das poucas instituições que não deixaram o centro da cidade, onde várias facções atuam livremente.

Um grupo de criminosos atacou as instalações do banco na segunda-feira, disse à AFP uma fonte do BRH, que preferiu permanecer anônima.

"Nossos agentes de segurança, junto com a polícia e o Exército, repeliram o ataque. Entre três e quatro bandidos morreram", disse a fonte. Um dos seguranças do BRH foi baleado, acrescentou.

Por sua vez, o banco central disse nesta terça na rede X que estava "profundamente agradecido" aos seus agentes de segurança e à polícia nacional "pela sua vigilância e compromisso constante com a proteção" da comunidade.

Porto Príncipe, assolada pela violência das facções armadas, sofre com apagões em diversas regiões, informou na segunda-feira a companhia pública de eletricidade, o que foi confirmado por um correspondente da AFP.

A empresa explicou em um comunicado que esses cortes de energia eram resultado do roubo de material por "bandidos" em quatro de suas subestações na capital.

O Haiti, que já vivia uma profunda crise política e de segurança, está mergulhado em um novo episódio de violência desde o início deste mês, quando várias facções uniram forças para atacar lugares estratégicos de Porto Príncipe no contexto de uma batalha contra o então primeiro-ministro Ariel Henry.

Henry, bastante questionado em seu país e no exterior, não pôde retornar ao Haiti após uma viagem ao Quênia, e anunciou sua renúncia em 11 de março.

Ele deve ser substituído por um conselho presidencial de transição, formado por sete membros distribuídos entre as principais forças políticas e o setor privado. Mas as conversas para a criação desse grupo foram adiadas por falta de acordo.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, "reitera seu apelo a todas as partes no Haiti para que deixem de lado suas diferenças e atuem de forma imediata na aplicação dos acordos de governança de transição estabelecidos na semana passada", disse nesta terça seu porta-voz, Farhan Haq.

Na segunda-feira, segundo um fotógrafo da AFP, foram encontrados 14 corpos em um bairro nobre de Porto Príncipe, onde os integrantes de uma facção estiveram realizando ataques desde o amanhecer.

D.Verstraete--JdB