Tropas dos EUA zarpam rumo a Gaza para construir porto de ajuda humanitária
Quatro navios militares americanos com cerca de 100 soldados a bordo partiram nesta terça-feira (12) rumo à costa da Faixa de Gaza, carregando materiais para construir um porto temporário que permita a distribuição de mais ajuda humanitária.
A iniciativa faz parte dos esforços dos Estados Unidos para aumentar a assistência aos civis no território palestino sitiado, no qual a ajuda que chega por caminhões viu-se reduzida em meio a intensas operações militares israelenses e existe atualmente uma grave escassez de alimentos, água e medicinas.
O barco principal da missão - um descomunal navio cinza de apoio logístico - se afastou da base militar na Virgínia executando a Marcha Imperial do filme Star Wars em seus alto-falantes.
A embarcação foi acompanhada de outros três navios de menor porte, que também farão a travessia de quase 30 dias até o leste do Mediterrâneo.
As novas instalações incluem uma plataforma no mar para transferir cargas de assistência humanitária de grandes barcos para outros menores, e um cais para descarregar a ajuda em terra firme.
Espera-se que o projeto esteja operacional "em um prazo de 60 dias", declarou a jornalistas o general de brigada Brad Hinson.
"Uma vez que a missão esteja operativa com todas as suas capacidades, poderemos levar até a margem até dois milhões de refeições por dia", assegurou.
As autoridades americanas garantiram que a missão não implica destacar "tropas no terreno", mas os militares vão se aproximar do território litorâneo durante a montagem do cais, que deve ser ancorado à margem.
Hinson não revelou aspectos de segurança nem com que assistência os militares vão contar para realizar essa ancoragem.
O conflito atual explodiu há mais de cinco meses com o ataque de comandos do grupo islamista palestino Hamas em solo israelense, no qual morreram cerca de 1.160 pessoas, sobretudo civis, segundo um balanço da AFP a partir de dados israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma feroz campanha militar de represália que deixa, até agora, 31.112 mortos somente em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas, que governa a área.
Para tentar atenuar a crise humanitária, um primeiro barco fretado pela ONG espanhola Open Arms e carregado com 200 toneladas de mantimentos zarpou nesta terça-feira do Chipre para Gaza, por um corredor marítimo anunciado pela União Europeia.
Os Estados Unidos e outros países também efetuaram lançamentos de pacotes com água e comida de aviões.
Mas o envio de ajuda por mar ou do ar não podem substituir o abastecimento por via terrestre, insistem a ONU e diferentes ONGs.
M.Kohnen--JdB