Milícias pró-ucranianas atacam regiões fronteiriças russas
Milícias pró-ucranianas atacaram duas regiões fronteiriças russas nesta terça-feira (12), horas depois de Kiev ter realizado uma das suas maiores operações de drones em solo russo desde o início da guerra.
Uma unidade de voluntários russos que lutam por Kiev afirmou ter assumido o controle de uma cidade russa na fronteira com a Ucrânia, Tetkino, na região de Kursk, como parte de uma incursão que as forças de Moscou alegaram ter repelido.
Na cidade de Kursk, capital da região homônima, as autoridades ordenaram o fechamento das escolas até sexta-feira devido aos ataques procedentes do território ucraniano, anunciou o prefeito, Igor Kutsak.
Estes incidentes ocorrem três dias antes do início das eleições presidenciais russas, nas quais, na ausência de oposição, espera-se uma nova vitória de Vladimir Putin.
"A cidade de Tetkino, na região de Kursk, é inteiramente controlada pelas forças de libertação russas", declarou a chamada Legião da Liberdade da Rússia, no Telegram.
Oferecendo uma versão muito diferente, o Ministério da Defesa russo indicou anteriormente que as forças de Moscou "impediram uma tentativa do regime de Kiev" de avançar em Kursk e na região de Belgorod, também fronteiriça.
Segundo o ministério, a primeira tentativa de ataque começou às 03h00 (21h00 de segunda-feira, no horário de Brasília) em Belgorod, mas as forças armadas russas e o Serviço Federal de Segurança (FSB) a repeliram. Sem apresentar provas, afirmou ter matado dezenas de soldados ucranianos e destruído dezenas de veículos blindados.
Horas depois, o governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, afirmou, no entanto, que um drone ucraniano atingiu a prefeitura da cidade de mesmo nome e deixou dois feridos.
O Ministério da Defesa russo relatou uma segunda tentativa de incursão da Ucrânia na cidade de Tetkino e disse que o ataque foi repelido.
"Todos os ataques ucranianos foram repelidos. O inimigo foi atingido por caças, foguetes e artilharia", enfatizou.
Um porta-voz da Inteligência militar ucraniana, Andrii Yusov, disse à imprensa local que os voluntários russos não agiram sob as ordens de Kiev, mas o fizeram "de forma absolutamente autônoma".
O porta-voz acrescentou que os ataques mostram, no entanto, que "o Kremlin, mais uma vez, não controla a situação na Rússia".
- Onda de incursões -
Outro grupo paramilitar pró-Kiev, o Corpo de Voluntários Russos, também afirmou ter realizado ataques transfronteiriços e divulgou um vídeo de visão noturna em que os seus combatentes participavam de uma troca de disparos.
As milícias antirrussas baseadas na Ucrânia afirmam estar por trás de inúmeras incursões anteriores em território russo.
O Corpo de Voluntários Russos e a Legião Liberdade da Rússia assumiram a responsabilidade por uma série de ataques na região de Belgorod em maio e junho do ano passado.
Horas antes dos ataques na fronteira serem relatados, dois depósitos de combustível foram atacados com drones nesta terça-feira em Oriol e Kstovo, duas cidades russas localizadas respectivamente a 160 e 800 km da fronteira com a Ucrânia, informaram os governadores regionais.
Ambos os ataques causaram incêndios nos depósitos, segundo os governadores.
Por outro lado, a Rússia garantiu que as suas forças capturaram a cidade de Nevelske, na região oriental ucraniana de Donetsk, onde Moscou fez avanços importantes nas últimas semanas.
Em outro incidente, um avião de transporte militar russo com 15 pessoas a bordo caiu nesta terça-feira devido a um incêndio em um dos seus motores na região de Ivanovo, a nordeste de Moscou, informou o Ministério da Defesa, sem especificar se há sobreviventes.
W.Lejeune--JdB