Homicídios de civis paralisam terceira maior cidade da Argentina
Sem táxis nem ônibus e com escolas fechadas: esse era o cenário hoje em Rosario, terceira maior cidade da Argentina, após quatro assassinatos ligados ao narcotráfico, que levaram ao envio de forças federais e a um projeto de lei “antimáfia” no estilo italiano.
A ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, anunciou hoje em entrevista coletiva um reforço de 450 efetivos, para evitar que Rosario se torne “terra de narcoterroristas”. Também anunciou o envio ao Congresso de uma lei que atribui a todos os membros os crimes cometidos por esses grupos, "como fez o código penal antimáfia da Itália".
Após o fuzilamento de que foi vítima um funcionário de um posto de gasolina no fim de semana, que se somou a outros três assassinatos ocorridos na última semana, Roswrio acordou sem ônibus, sem aulas, sem atendimento em centros de saúde, sem coleta de lixo, sem serviço de táxi e com postos de gasolina fechados durante a noite.
Diretores de escolas decidiram suspender as aulas presenciais após os crimes, que assustaram a população e que o governo atribuiu a uma reação de chefes do narcotráfico devido ao endurecimento das suas condições de prisão.
O comerciante Alejandro, de 48 anos, que não quis divulgar o sobrenome, decidiu abrir sua loja, assim como um grupo de colegas do bairro de Echesortu. Em outras áreas, o comércio permaneceu fechado por medo de ataques.
"Apesar de abrirmos com medo e preocupação, a questão é se sentir livre e não dar a essas pessoas o prazer de ver tudo fechado. Também pesa a parte econômica. Ter a loja fechada por um ou dois dias implica em muitos gastos, em meio a esta crise econômica."
Com 1,3 milhão de habitantes, Rosario é o principal porto do país. Segundo especialistas, tornou-se um ponto privilegiado para a saída de drogas de Brasil, Bolívia e Paraguai para a Europa e Ásia.
A cidade tem a maior taxa de homicídios do país: 22 a cada 100 mil habitantes, cinco vezes maior do que a média nacional. Já o índice de homicídios na Argentina (4,2/100 mil habitantes) é um dos mais baixos da América Latina.
M.F.Schmitz--JdB