Journal De Bruxelles - Irlanda vota para modernizar sua Constituição em relação à mulher e à família

Irlanda vota para modernizar sua Constituição em relação à mulher e à família
Irlanda vota para modernizar sua Constituição em relação à mulher e à família / foto: PAUL FAITH - AFP

Irlanda vota para modernizar sua Constituição em relação à mulher e à família

Os irlandeses votam nesta sexta-feira (8) em um referendo para modernizar temas relacionados às mulheres e à família em sua Constituição, redigida em 1937 em um país sob a dogmática da Igreja Católica.

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Os colégios eleitorais abriram às 07h locais (04h em Brasília) e as quase 3,5 milhões de pessoas com direito à voto têm até às 22h locais para ir às urnas. Os resultados não serão divulgados antes da noite de sábado.

A primeira pergunta do referendo é sobre a definição de família e propõe ampliá-la para além da base do casamento, incluindo as "relações duradouras", como casais que não se casaram e seus filhos.

A segunda questão propõe excluir uma referência antiga sobre o papel da mulher no lar, que sugere que ela se ocupe das pessoas com quem vive. A nova fórmula inclui todos os membros da família na responsabilidade e tarefa de cuidar uns dos outros.

As duas emendas se referem ao artigo 41 da Constituição.

Todos os grandes partidos políticos são favoráveis às emendas e até agora as pesquisas anunciavam uma vitória fácil do "sim", neste referendo que coincide com o Dia Internacional da Mulher.

Porém, as últimas pesquisas têm mostrado uma mudança de tendência, devido à imprecisão das perguntas submetidas ao voto, em uma consulta que pode ter uma participação muito baixa.

Esta semana, o primeiro-ministro Leo Varadkar, líder da coalizão governamental de centro direita que propôs o referendo, admitiu que a vitória do "sim" não estava garantida para as duas perguntas.

"Estas mudança são avanços e em seu conjunto somos favoráveis ao 'sim'", declarou nesta quinta-feira Mary Lou McDonald, dirigente do partido de esquerda Sinn Fein. Mas há grupos que criticam as formulações das perguntas.

"Ninguém sabe exatamente o que é uma relação duradoura, quando todos sabemos o que é um matrimônio", disse David Quinn, fundador do Instituto Iona, que defende os interesses da comunidade católica.

"Muita gente votará 'não' devido à confusão" suscitada e ao "desaparecimento das palavras 'mulher' e 'mãe' no texto", indicou.

Para os grupos de extrema direita estas mudanças podem incentivar relações poligâmicas e reagrupamentos familiares de imigrantes.

Y.Simon--JdB