Lula espera que eleições na Venezuela sejam as 'mais democráticas possíveis'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, nesta quarta-feira (6), o desejo de que as próximas eleições na Venezuela sejam as "mais democráticas possíveis", e comemorou o agendamento de uma data para o pleito.
A diretoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano anunciou na terça-feira que as eleições presidenciais vão ocorrer em 28 de julho.
É tido como certo que o presidente Nicolás Maduro tentará um terceiro mandato de seis anos, enquanto a principal candidata da oposição, María Corina Machado, está inabilitada para se inscrever.
"Espero que as eleições sejam as mais democráticas possíveis", disse Lula, durante coletiva de imprensa conjunta com o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, após uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília.
Lula disse estar "feliz" de que tenha sido marcada uma data para a votação e lembrou de seu encontro com Maduro, na sexta-feira, em São Vicente e Granadinas durante a reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O presidente "Maduro me disse (...) que vai convocar os olheiros de todo o mundo que queiram assistir ao processo eleitoral na Venezuela", afirmou.
"A Venezuela sabe que precisa de uma eleição amplamente democrática para poder reconquistar o espaço (...) nos foros mundiais de que tanto precisa e para que a gente possa ver o fim do bloqueio americano", acrescentou.
O chefe de governo espanhol, por sua vez, pediu que as eleições venezuelanas sejam celebradas "com as garantias democráticas que o povo venezuelano merece e precisa".
Lula, por sua vez, pediu respeito à "presunção de inocência" e a não despertar dúvidas antecipadas sobre o processo eleitoral venezuelano.
Além disso, pediu que a oposição do país vizinho não reproduza o comportamento de seu antecessor, Jair Bolsonaro, que questionou o resultado das eleições em 2022.
"Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Em vez de ficar chorando, eu indiquei outro candidato", lembrou, em alusão à opositora inabilitada, sem nomeá-la.
Imediatamente depois, Machado acusou Lula de estar "convalidando os atropelos de um autocrata".
"Eu, chorando, Presidente Lula? Diz isso porque sou mulher? O senhor não me conhece. Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas Primárias e os milhões que têm o direito de fazê-lo em eleições presidenciais livres nas quais vou derrotar Maduro", escreveu a opositora venezuelana na rede X.
M.Kohnen--JdB