Senador americano é alvo de novas acusações de obstrução da justiça
Promotores americanos apresentaram nesta terça-feira (5) novas acusações criminais contra o senador de origem cubana Robert Menéndez, ao alegarem que ele tentou obstruir a justiça enquanto é investigado por subornos relacionados com países do Oriente Médio.
Menéndez já enfrentava acusações legais relacionadas com corrupção, o que ele nega, entre elas conspirar para atuar como agente do Egito, aceitar subornos e fazer tráfico de influência para o governo egípcio, além de ajudar um empresário a conseguir investimentos de um fundo catari.
As novas acusações vêm na esteira da decisão do empresário José Uribe, acusado juntamente com Menéndez e sua mulher, de se declarar culpado e ajudar os investigadores na apuração dos fatos.
Menéndez negou os pedidos para que renuncie à sua cadeira no Senado, mas, em setembro, deixou a presidência do poderoso Comitê de Relações Exteriores da Câmara Alta.
"O grande júri formulou uma nova denúncia, que inclui novas acusações de conspiração para obstruir a justiça e obstrução de justiça", segundo documentos judiciais.
Além disso, a nova denúncia alega que Menéndez fez com que seu antigo advogado enganasse os investigadores sobre os pagamentos que o senador teria recebido de outros acusados no caso.
Menéndez, cujo julgamento está previsto para maio, não respondeu a um pedido de comentários da AFP.
O senador é suspeito de ter recebido propina para ajudar o empresário Fred Daibes, que "buscava milhões de dólares em investimentos de um fundo vinculado ao Catar, realizando atos" em benefício de Doha, segundo a acusação.
Menéndez teria apresentado a Daibes um membro da família real do Catar, que também era diretor de uma empresa de investimentos não identificada desse país do Oriente Médio.
Nas imputações relacionadas com o Egito, Menéndez foi acusado de aceitar centenas de milhares de dólares em propina de três moradores de Nova Jersey entre 2018 e 2022, e de ter usado seu "poder e influência para proteger, enriquecer esses empresários e beneficiar o governo" egípcio.
O veterano democrata, de 70 anos, cujos pais emigraram aos Estados Unidos de Cuba, negou em ocasiões anteriores ter cometido qualquer delito.
K.Willems--JdB