Journal De Bruxelles - Socialistas europeus lançam campanha eleitoral em Roma contra 'os fantasmas do passado'

Socialistas europeus lançam campanha eleitoral em Roma contra 'os fantasmas do passado'
Socialistas europeus lançam campanha eleitoral em Roma contra 'os fantasmas do passado' / foto: Andreas SOLARO - AFP

Socialistas europeus lançam campanha eleitoral em Roma contra 'os fantasmas do passado'

Os socialistas europeus lançaram neste sábado (2), em Roma, a campanha para as eleições de 9 de junho na Europa, focados em derrotar a extrema direita, que poderia trazer os "fantasmas do passado" de volta.

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O Partido Socialista Europeu (PSE) retém o segundo maior número de assentos no Parlamento Europeu, atrás do Partido Popular Europeu (PPE).

Pouco mais de dois anos depois da ofensiva russa na Ucrânia e diante de uma possível onda "iliberal" nas urnas, deputados nacionais, eurodeputados, líderes de partido, comissários europeus e chefes de governo comentaram sobre as eleições.

"A alma da Europa está em perigo (...) Os fantasmas do passado estão, mais uma vez, batendo nas portas de nossas instituições", alertou o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, criticando o "ódio, a ganância, a falsidade, o negacionismo climático, o autoritarismo" da extrema direita.

"Eles estão equipados com armas digitais e têm poderosos aliados dentro e fora da Europa, mas os derrotaremos, como já fizemos antes, e continuaremos construindo uma nova Europa", disse ele, em inglês.

O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, convocou para a preservação de uma "Europa unida" e contra a "extrema direita, que está avançando em quase todos os nossos países e nas democracias ao redor do mundo".

O líder do pequeno partido Plaza Pública, o francês Raphaël Glucksmann, líder da lista socialista nas eleições europeias e que também participou do congresso, acrescentou que essas eleições "serão as mais importantes da História".

"Considerando que vivemos em um continente forjado e articulado por uma guerra lançada por Putin e dado que em 5 de novembro as eleições nos Estados Unidos podem levar (Donald) Trump à presidência, isso significa que poderíamos ficar sozinhos" contra a Rússia, alertou.

Os PSE e PPE utilizaram principalmente do descontentamento no setor agrícola para fazer campanha, diante de um possível avanço da extrema direita.

Nesse sentido, o líder dos socialistas franceses, Olivier Faure, afirmou temer que "a extrema direita vá arrancando votos progressivamente entre o eleitorado camponês devido a (..) uma contradição entre a questão ecológica e a questão agrícola".

"O que devemos lembrar constantemente é que o inimigo da agricultura não é a ecologia, mas o liberalismo", ressaltou.

Ao congresso dos socialistas, compareceram personalidades como a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen; a chefe do Partido Democrata italiano, Elly Schlein; e o comissário europeu de Economia, o italiano Paolo Gentiloni.

Pedro Sánchez e Olaf Scholz falaram sobre a guerra na Ucrânia durante a manhã de sábado, antes do início do evento.

"O conflito entra em uma fase delicada. Devemos mostrar nosso compromisso e determinação. A segurança e a liberdade dos europeus estão em jogo", enfatizou Sánchez na rede social X (ex-Twitter), ao informar sobre o encontro com seu homólogo alemão.

Os socialistas europeus nomearam o luxemburguês Nicolas Schmit como seu candidato à presidência da Comissão Europeia, cargo que disputará com a atual titular e favorita, Ursula Von der Leyen, do PPE, cuja candidatura será oficializada durante um congresso do grupo conservador em 6 e 7 de março, em Bucareste.

X.Maes--JdB