Pentágono atribui sigilo sobre câncer de Austin a aspectos de protocolo
O Pentágono garantiu, nesta segunda-feira (26), que as preocupações sobre a privacidade e aspectos de protocolo contribuíram para manter o sigilo sobre o tratamento contra o câncer do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e que não foram encontradas evidências de irregularidades ou de acobertamento intencional.
Por semanas, Austin não notificou o presidente Joe Biden sobre seu diagnóstico de câncer de próstata. O chefe de Estado e o Congresso apenas se inteiraram dias depois da hospitalização de Austin em 1º de janeiro por complicações em seu tratamento.
"Nada do analisado nesta revisão dá qualquer indício de má intenção ou de uma tentativa de ocultação", disse o Pentágono em um resumo não classificado da revisão ordenado pela chefia de gabinete do secretário de Defesa sobre as circunstâncias em torno de sua internação hospitalar no mês passado.
Contudo, "as leis de privacidade médica proibiam os provedores de serviços de saúde compartilhar informação com o pessoal do Departamento", que também "hesitaram em interferir ou compartilhar qualquer informação que soubessem", segundo o relatório.
O resumo diz que houve "ausência de uma metodologia estabelecida para tomar... uma decisão não planejada" de transferir a autoridade do secretário a seu adjunto, o que "pode ter contribuído para a falta de um intercâmbio completo de informação sobre a situação".
Em 22 de dezembro, Austin, de 70 anos e soldado de carreira, foi submetido a uma cirurgia menor para o tratamento do câncer, voltando para casa no dia seguinte.
Mas teve que ser hospitalizado novamente em 1º de janeiro devido a complicações que incluíram náuseas e dores severas.
A Casa Branca disse que não foi informada sobre a entrada de Austin no hospital antes 4 de janeiro, enquanto o Congresso só soube no dia seguinte. Por sua vez, o presidente Biden não se inteirou do diagnóstico de câncer antes de 9 de janeiro.
Diversos legisladores republicanos pediram que Austin fosse substituído, mas Biden o manteve na pasta.
O secretário de Defesa foi internado de novo em 11 de fevereiro e tratado sob anestesia geral por problemas de bexiga.
Desta vez, a notícia veio à público apenas duas horas depois da intervenção e o Pentágono disse que os responsáveis da Casa Branca, no Congresso e nas forças armadas foram notificados. Austin saiu da internação dois dias depois.
R.Cornelis--JdB