Journal De Bruxelles - Zelensky pede envio de material militar à Ucrânia para 'vencer' a Rússia

Zelensky pede envio de material militar à Ucrânia para 'vencer' a Rússia
Zelensky pede envio de material militar à Ucrânia para 'vencer' a Rússia / foto: Roman PILIPEY - AFP

Zelensky pede envio de material militar à Ucrânia para 'vencer' a Rússia

O presidente Volodimir Zelensky prometeu a vitória militar da Ucrânia sobre a Rússia sob a condição de receber "a tempo" as armas e equipamentos prometidos por seus aliados ocidentais para frear os avanços inimigos no segundo aniversário do início da invasão, neste sábado (24).

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"Estamos lutando por isso por 730 dias da nossa vida. E vamos vencer", proclamou Zelensky em um ato no aeroporto de Gostomel, perto de Kiev.

O presidente estava acompanhado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelos chefes de governo de Canadá, Itália e Bélgica, que viajaram a Kiev para ratificar o apoio de seus países no início do terceiro ano da guerra.

A chefe da diplomacia alemã, Annalena Braerbock, se reuniu com seu contraparte ucraniano em Odessa (sul).

Ao evocar as dificuldades no front, o comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas, general Oleksander Sirski, declarou que "a luz sempre prevalece sobre as trevas".

O presidente russo, Vladimir Putin, esperava ocupar Kiev em poucos dias quando ordenou a invasão, em 24 de fevereiro de 2022. Mas sofreu reveses humilhantes frente à resistência ucraniana.

A Ucrânia, por sua vez, viu frustrados seus planos em 2023, com o fracasso de sua grande contraofensiva de verão, e seu Exército lamenta a falta de efetivos, obuses e baterias antiaéreas.

- "Sabem muito bem do que precisamos" -

"Sabem muito bem do que precisamos para proteger nossos céus, para reforçar nosso exército em terra, do que precisamos para apoiar e continuar nossos êxitos no mar. E sabem perfeitamente de que precisamos a tempo", disse Zelenski.

A Ucrânia tenta mitigar o corte da ajuda americana com acordos bilaterais. Neste sábado, assinou dois, com a Itália e o Canadá, depois de tê-lo feito nos últimos dias com França, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca.

O Canadá fornecerá a Kiev cerca de 2,2 bilhões de dólares (cerca de R$ 11 bilhões) em ajuda financeira e militar em 2024. "Apoiaremos a Ucrânia com o que fizer falta, durante o tempo que for necessário", afirmou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em um comunicado.

Ursula von der Leyen informou que a União Europeia repassaria à Ucrânia 4,5 bilhões de euros em março (cerca de R$ 24 bilhões, na cotação atual), na primeira parte de um pacote de US$ 50 bilhões de euros (aproximadamente R$ 296,7 bilhões) aprovado pelo bloco em fevereiro.

"Hoje, a Ucrânia é claramente mais forte do que há dois anos", assegurou Zelensky no Telegram.

O G7, grupo das principais potências ocidentais, também manifestou sua determinação de se manter ao lado da Ucrânia, ao afirmar que continuará fazendo "aumentar o preço da guerra para a Rússia".

Os países do G7 (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá) também urgiram o Irã a "parar de apoiar" a Rússia e expressaram "preocupação com as transferências para a Rússia, por parte de empresas chinesas (...), de componentes para armas e equipamento para produção militar".

Nos últimos dias, a Rússia reivindicou vitórias como a tomada de Avdiivka, no leste da Ucrânia, após meses de intensos combates.

As tropas russas também passaram à ofensiva em outro setor do leste, no entorno de Mariinka.

"Hoje, em termos de proporção de forças, a vantagem está do nosso lado", afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em uma visita a suas tropas neste sábado.

- Manifestações na Europa -

Milhares de pessoas manifestaram neste sábado em vários países europeus sua solidariedade com a Ucrânia.

O prefeito de Berlim, Kai Wagner, denunciou a "brutal guerra de agressão" russa diante de cerca de 5.000 manifestantes, segundo a polícia (o dobro, segundo os organizadores da marcha).

Em Madri, cerca de 1.500 pessoas protestaram contra o conflito, levando cartazes que diziam que o "Donbass é a Ucrânia", em alusão à bacia mineira ocupada em grande parte pela Rússia já desde 2014 e tachando Putin de "assassino".

Na Rússia, nenhum obstáculo parece ameaçar os planos de Putin de obter uma vitória nas eleições presidenciais de meados de março, com a oposição dizimada e seu principal líder, Alexei Navalny, morto em 16 de fevereiro em um presídio do Ártico.

Neste sábado, o G7 pediu para a Rússia "esclarecer completamente" as circunstâncias de sua morte.

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E.Janssens--JdB