Blinken diz que Argentina 'pode contar' com EUA para estabilizar sua economia
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reuniu-se, nesta sexta-feira (23), com o presidente ultraliberal Javier Milei e assegurou que a Argentina "pode contar" com os Estados Unidos para estabilizar sua economia.
"O povo da Argentina pode contar conosco na medida em que trabalha para estabilizar sua economia", disse Blinken durante coletiva de imprensa conjunta com sua contraparte, a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, ao final de uma visita relâmpago pela América Latina, na qual destacou ver "um tremendo potencial" no país.
"A Argentina tem o que o mundo precisa, queremos ser parceiros da Argentina enquanto ajuda a alimentar o mundo", acrescentou o chefe da diplomacia americana a respeito do potencial agropecuário do país.
Além disso, reforçou que os Estados Unidos são o país com maior investimento estrangeiro na Argentina e seu desejo de mantê-lo: "queremos que as empresas dos Estados Unidos continuem sendo o parceiro predileto da Argentina".
Anteriormente, Blinken se reuniu com o presidente Milei, que declarou que com esta visita, "a Argentina decidiu voltar ao lado do Ocidente, ao lado do progresso, ao lado da democracia e, sobretudo, da liberdade".
Blinken visitou mais cedo a famosa Praça de Maio, cenário de muitas comemorações e dramas da história argentina, assim como o museu do Cabildo, sede histórica do Executivo colonial e depois do pós-colonial em Buenos Aires, onde conversou com representantes da sociedade civil.
Esta é a primeira visita à Argentina do chefe da diplomacia americana, que na quarta e na quinta-feira participou de uma reunião de cúpula de chanceleres do G20 no Rio de Janeiro. Ele também se reuniu, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A visita de Blinken ocorre enquanto a temperatura social aumenta na Argentina, onde as medidas de austeridade do governo ultraliberal de Milei causam danos, com uma inflação de 254% interanual em janeiro e metade da população na pobreza.
Na quarta-feira houve uma paralisação nacional de trens, na quinta uma greve do pessoal da saúde e nesta sexta, milhares de pessoas vão às ruas das principais cidades da Argentina para pedir ao governo Milei ajuda alimentar para refeitórios comunitários e repudiar suas políticas de ajuste.
Esta semana, autoridades argentinas também receberam a visita de Gita Gopinath, vice-diretora do FMI, organismo com o qual a Argentina captou, em 2018, um empréstimo de 57 bilhões de dólares (cerca de R$ 220 bilhões, em cotação da época), dos quais recebeu US$ 44 bilhões (R$ 170 bilhões).
Milei tem previsto viajar aos Estados Unidos para participar de uma convenção conservadora no sábado em Washington, onde também estará presente o ex-presidente americano Donald Trump.
E.Janssens--JdB