Biden 'considera' novas sanções à Rússia após morte do opositor Navalny
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está "considerando sanções adicionais" contra a Rússia após a morte do líder da oposição Alexei Navalny em uma prisão no Ártico, disse aos jornalistas nesta segunda-feira (19).
"Já existem sanções, mas estamos considerando sanções adicionais, sim", disse Biden, que responsabilizou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, e os seus "bandidos" pela morte de Navalny.
Navalny morreu na sexta-feira em circunstâncias desconhecidas, aos 47 anos, em uma prisão russa no Ártico, o que deixou a oposição russa no exílio em choque.
Biden e outros aliados ocidentais já impuseram sanções sem precedentes para conter as ações de Moscou na guerra com a Ucrânia, embora não tenham conseguido conter o conflito.
No entanto, as dúvidas sobre o futuro compromisso de Washington com Kiev aumentaram recentemente. Com o financiamento dos EUA já esgotado, os aliados republicanos do ex-presidente Donald Trump na Câmara dos Representantes paralisaram 60 bilhões de dólares (298 bilhões de reais na cotação atual) em nova ajuda militar.
Trump, o provável candidato do partido nas eleições presidenciais de novembro, se opõe à ajuda à Ucrânia e recentemente usou a sua influência para anular um projeto de lei de reforma migratória, que também incluía assistência adicional a Kiev.
Biden voltou a criticar os republicanos nesta segunda-feira pela não aprovação do pacote de ajuda.
"A forma como se afastam da ameaça da Rússia, a forma como se afastam da Otan, a forma como se afastam do cumprimento das nossas obrigações, é simplesmente chocante", disse ele.
No entanto, garantiu que ficaria feliz em se reunir com o líder republicano Mike Johnson, presidente da Câmara de Representantes, que disse aos jornalistas que não tem intenção de sequer permitir a votação do projeto.
"É claro que adoraria encontrá-lo, se ele tiver algo a dizer", disse Biden. Ele acrescentou que espera que a morte de Navalny faça diferença na aprovação da ajuda, mas alertou que "não tem certeza".
W.Lievens--JdB