Journal De Bruxelles - Um plano russo de arma nuclear? Casa Branca informa ao Congresso

Um plano russo de arma nuclear? Casa Branca informa ao Congresso
Um plano russo de arma nuclear? Casa Branca informa ao Congresso / foto: Jim WATSON - AFP

Um plano russo de arma nuclear? Casa Branca informa ao Congresso

Qual "ameaça grave" à segurança é esta? Um projeto russo para construir uma arma nuclear espacial contra satélites? O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, vai nesta quinta-feira (15) ao Congresso para elucidar o mistério.

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Tudo começou com a publicação, na quarta-feira, de uma declaração enigmática do chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, Mike Turner, na qual convidava os congressistas a rever "informações sobre uma grave ameaça à segurança nacional".

Não houve nenhuma menção detalhada, apenas algumas linhas publicadas nas redes sociais, nas quais insta o presidente americano, Joe Biden, a "desclassificar todas as informações" sobre o tema.

A mensagem se espalhou rapidamente e alimentou todo tipo de especulação.

É extremamente raro que funcionários de alto escalão com a acesso a informações de inteligência divulguem publicamente sobre assuntos em andamento, a não ser que exista risco para os cidadãos americanos.

Os congressistas não estão autorizados a divulgar as informações confidenciais que lhes são enviadas.

Na tentativa de não gerar pânico, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, reagiu afirmando que "não há motivo para alarme".

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, em visita à Albânia, não quis dar detalhes, mas afirmou que ainda está em fase de elaboração.

"Não é uma capacidade ativa, mas é potencial e estamos a levá-la muito, muito a sério", declarou em uma coletiva de imprensa. "Espero que possamos dizer mais em breve", acrescentou.

- Alegações "infundadas" -

Questionada pela AFP, uma fonte próxima ao caso afirmou que a ameaça é "grave", mas não "urgente".

Citando fontes não identificadas, inúmeros meios de comunicação americanos citaram as capacidades militares russas "extremamente preocupantes".

A ABC News foi a primeira a informar que a Rússia pretende colocar uma arma nuclear no espaço contra satélites.

Quando questionado sobre esta informação na quarta-feira, Jake Sullivan, expressou o seu descontentamento pela publicação de Turner antes de uma reunião marcada para o dia seguinte.

"A decisão é sua. O que posso dizer é que vou vê-lo e falar com ele", declarou o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, que comparecerá à reunião no Congresso na tarde desta quinta-feira para informar a um grupo de oito congressistas sobre acesso aos dados mais sensíveis da inteligência do país.

Citada pela imprensa, a Rússia considerou as alegações como "infundadas" e considerou que as mesmas são uma manobra do governo americano para forçar a aprovação de um pacote de ajuda à Ucrânia, que está bloqueado no Congresso há meses.

"Repetimos constantemente que não responderemos a diferentes acusações infundadas. Se fizerem declarações, deveriam ser acompanhadas de provas", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, às agências de imprensa russas.

"Isto faz parte da tendência dos últimos dez anos em que os americanos se dedicam a invenções maléficas e nos atribuem todo tipo de ações ou intenções que não lhes convêm", acrescentou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também reagiu. "Está evidente que a Casa Branca tenta incitar o Congresso a aprovar a lei de financiamento. Veremos que truque usará", declarou.

O Senado americano, de maioria democrata, aprovou um novo pacote de ajuda de 60 bilhões de dólares (298 bilhões de reais na cotação atual) para Kiev, mas o líder republicano da Câmara dos Representantes recusa-se a votá-lo.

P.Renard--JdB