Journal De Bruxelles - Ministro da Defesa da Indonésia lidera eleição presidencial

Ministro da Defesa da Indonésia lidera eleição presidencial
Ministro da Defesa da Indonésia lidera eleição presidencial / foto: Yasuyoshi CHIBA - AFP

Ministro da Defesa da Indonésia lidera eleição presidencial

O ministro da Defesa Prabowo Subianto lidera os resultados das eleições presidenciais desta quarta-feira (14) na Indonésia, segundo as pesquisas de boca de urna.

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Os resultados oficiais serão divulgados apenas em março, mas dois institutos de pesquisa independentes - que acertaram os resultados em eleições anteriores - apontaram Subianto com mais de 55% dos votos, com base em uma amostra de quase dois terços dos locais de votação.

O instituto Poltracking atribui 59,77% dos votos a Subianto na contagem preliminar e o Cyrus Network-CSIS aponta o resultado de 58,62%.

O ex-general de 72 anos, funcionário do alto escalão militar no declínio da ditadura de Suharto há 25 anos, precisa obter mais de 50% dos votos, com uma taxa de participação de pelo menos 20% dos eleitores nas 38 províncias do país, para assegurar a vitória.

"A esperança é ganhar", declarou Subianto à imprensa antes de votar em Bogor.

O ministro pretende discursar a seus eleitores nesta quarta-feira à noite.

Em sua quinta eleição desde o fim da ditadura em 1998, quase 205 milhões de pessoas estavam registradas para votar e escolher seu novo presidente, os deputados e representantes locais.

Três candidatos disputaram a presidência deste enorme arquipélago asiático, o quarto país mais populoso do mundo, com quase 280 milhões de habitantes: Subianto, o ex-governador de Jacarta Anies Baswedan e o ex-governador de Java Central Ganjar Pranowo.

O ex-general chegou como claro favorito após uma campanha de retórica populista na qual se comprometeu a seguir as políticas do presidente em fim de mandato Joko Widodo, que não poderia concorrer à reeleição.

Widodo desfruta de alta popularidade após dois mandatos de crescimento econômico constante, exceto por um breve período na pandemia, e relativa estabilidade política nesta jovem democracia.

- "Que mantenha a democracia" -

Sob sua liderança, a Indonésia iniciou um programa de desenvolvimento e construção de infraestrutura e de nacionalização de recursos para transformar o maior produtor mundial de níquel em um ator-chave na cadeia de abastecimento de veículos elétricos.

Uma tempestade inundou partes da capital Jacarta e provocou a transferência de alguns pontos de votação.

"Ele tem experiência militar. Acredito que será um líder determinado", disse Afhary Firnanda, de 28 anos, que votou em Jacarta, a respeito de Subianto.

"Quero ter um líder que mantenha a democracia", afirmou Debbie Sianturi, uma consultora de 57 anos.

Grupos de defesa dos direitos humanos estão preocupados com um retrocesso nas liberdades se o ex-general vencer, acusado de ordenar o sequestro de ativistas nos últimos anos da ditadura de Suharto.

Subianto foi expulso do Exército em 1998 por esses sequestros, que ele sempre negou e pelos quais nunca foi formalmente acusado.

"Sempre nos preocupamos com seu compromisso com a democracia", disse Yoes Kenawas, pesquisador da Universidade Católica Atma Jaya, em Jacarta.

"Se ele vencer as eleições, estas questões persistirão", acrescentou.

- Favorecido por Widodo? -

Desde então, o ex-general restaurou sua imagem, em parte graças a uma eficaz campanha midiática dirigida aos jovens, na qual ele é apresentado como um "avô adorável".

Outro fator-chave de sua popularidade é ter o filho mais velho de Widodo, Gibran Rakabuming Raka, como candidato a vice-presidente de sua chapa.

Alguns especialistas jurídicos e ONGs acusaram Widodo de usar indevidamente fundos governamentais em favor de seu ministro, algo rejeitado por sua equipe.

O ex-governador de Jacarta Baswedan se apresenta como principal rival de Subianto em um eventual segundo turno, enquanto Pranowo, favorito no início, desmoronou mas pode ser importante para inclinar as maiorias.

Em um país com mais de 17.000 ilhas, as eleições exigiram um enorme dispositivo com aviões, helicópteros, lanchas e até carros de bois para distribuir as cédulas de votação entre os 800.000 locais de votação.

R.Cornelis--JdB