Journal De Bruxelles - Procurador especial descarta acusações contra Biden, mas critica perda de memória

Procurador especial descarta acusações contra Biden, mas critica perda de memória
Procurador especial descarta acusações contra Biden, mas critica perda de memória / foto: ALEX WONG - GETTY IMAGES/AFP

Procurador especial descarta acusações contra Biden, mas critica perda de memória

Um procurador especial descartou, nesta quinta-feira (8), apresentar acusações contra Joe Biden por manipulação indevida de documentos confidenciais, mas descreveu o presidente dos Estados Unidos como "um idoso bem-intencionado, mas com memória ruim".

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A conclusão do relatório alivia um fardo sobre Biden, candidato à reeleição nas eleições presidenciais de novembro, quando provavelmente enfrentará seu antecessor republicano, Donald Trump.

Este último enfrenta um julgamento criminal por supostamente ter levado diversos documentos confidenciais ao deixar a Casa Branca e se recusado a cooperar com os investigadores.

No entanto, o procurador especial Robert Hur considera que o atual presidente tem uma memória tão prejudicada que nem sequer lembra quando foi vice-presidente e quando seu filho Beau, que morreu em 2015 vítima de um câncer, faleceu.

Uma porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, reagiu publicando na rede social X: "Como se supõe que devemos confiar em sua capacidade para liderar nosso país se sua memória tem 'limitações significativas'?!?".

Os republicanos classificaram o documento como "profundamente preocupante".

"Um homem tão inapto para prestar contas pela manipulação indevida de informações confidenciais certamente não é adequado para o Salão Oval", avaliou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, próximo de Trump.

A Casa Branca disse estar "satisfeita" com a decisão de não apresentar acusações contra Biden, de 81 anos, mas discorda "de uma série de comentários imprecisos e inadequados no relatório do procurador especial".

Hur foi nomeado em janeiro de 2023 pelo secretário de Justiça, Merrick Garland, depois que documentos secretos foram encontrados em uma casa de Biden em Wilmington (Delaware, nordeste), e em um antigo escritório. Eles datam do tempo em que ele era vice-presidente (2009-2017) de Barack Obama.

O relatório de 388 páginas afirma que Biden "intencionalmente reteve e divulgou materiais confidenciais" após deixar a vice-presidência, muito antes de derrotar Trump em 2020.

Hur, anteriormente designado por Trump como procurador-geral do estado de Maryland, explica que agentes do FBI recuperaram documentos sobre assuntos militares e política externa no Afeganistão, entre outros assuntos.

- Diferença com Trump -

"Concluímos que as evidências não são suficientes para condená-lo e excluímos recomendar processar Biden por reter os documentos classificados do Afeganistão", afirmou.

Hur também descarta a possibilidade de Biden ser condenado por um júri.

Para os investigadores, o presidente democrata parece ser um "idoso compreensivo, bem-intencionado e com memória ruim", destaca o relatório, que considera "difícil convencer um júri a condená-lo" quando tem mais de 80 anos.

Hur afirmou enxergar diferenças nos escândalos de documentos secretos de Biden e Trump.

De acordo com a acusação, Trump "não só se recusou a devolver os documentos por muitos meses, mas também obstruiu a justiça contratando outros para destruir provas e então mentir sobre isso".

"Pelo contrário, Biden entregou documentos classificados aos Arquivos Nacionais e ao Departamento de Justiça, aceitou buscas em múltiplos locais, incluindo suas casas, compareceu a uma entrevista voluntária e cooperou de outras maneiras com a investigação", detalha.

Trump, de 77 anos, se declarou inocente em junho de múltiplas acusações de retenção ilegal de informações de defesa nacional, conspiração para obstruir a justiça e declarações falsas.

O procurador especial Jack Smith o acusa de ter colocado em perigo a segurança nacional ao reter informações nucleares e de defesa ultrassecretas após deixar a Casa Branca. O ex-presidente deverá ser julgado em maio.

D.Verheyen--JdB