OEA questiona apuração lenta em El Salvador
A missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) questionou, nesta terça-feira (6), a lentidão na apuração dos votos das eleições presidenciais e legislativas do último domingo em El Salvador, das quais o presidente Nayib Bukele se proclamou vencedor.
A missão "observou um início lento" do processo de contagem nas mesas de votação, segundo um relatório preliminar da entidade. Destacou que pôde acompanhar "uma etapa de processamento e transmissão de dados extremamente lenta", pelo fato de terem "recebido tardiamente" recursos tecnológicos e equipamentos de transmissão.
Apenas horas depois do fechamento das urnas, e diante de falhas distintas do sistema de informática, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) aprovou "a elaboração manual de atas para o escrutínio preliminar", menciona o relatório.
Na apuração preliminar do TSE, foram processadas 6.015 atas de um total de 8.562, o que equivale a um processamento de 70,25% dos votos das eleições presidenciais.
A delegação da OEA também observou "uma ausência prolongada de informações oficiais" por parte do TSE após o fechamento dos centros de votação.
Apesar dos incidentes no processo de apuração, a OEA ressaltou que os dados colhidos por sua equipe de trabalho "confirmam a grande diferença entre o candidato vencedor e os demais candidatos, o que não deixa dúvidas sobre os resultados das eleições presidenciais".
Antes das eleições, segundo o relatório, a missão da OEA observou uma campanha eleitoral "atípica e desigual", uma vez que alguns "atores entrevistados" apontaram "uma ausência de condições de igualdade" para que os candidatos pudessem "competir de forma justa".
A missão visitou 1.143 juntas receptoras de votos em 387 centros de votação, nos 14 departamentos do país, e também em países como Espanha, Guatemala, México e Estados Unidos.
T.Peeters--JdB