Journal De Bruxelles - Bombardeio em cidade ucraniana ocupada pela Rússia deixa 28 mortos

Bombardeio em cidade ucraniana ocupada pela Rússia deixa 28 mortos
Bombardeio em cidade ucraniana ocupada pela Rússia deixa 28 mortos / foto: Handout - Russian Emergencies Ministry/AFP

Bombardeio em cidade ucraniana ocupada pela Rússia deixa 28 mortos

Um bombardeio ucraniano a uma padaria matou pelo menos 28 pessoas no leste da Ucrânia, em Lysychansk, ocupada pela Rússia há quase dois anos, indicou neste domingo (4) o Ministério russo de Situações de Emergência.

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O serviço de emergência russo divulgou, neste domingo, um novo balanço que consta a morte de, pelo menos, 28 pessoas em uma padaria na cidade de Lysychansk, no leste ucraniano, uma área ocupada pela Rússia, em um bombardeio atribuído ao exército de Kiev.

Após uma violenta batalha em meados de 2022, Lysychansk, na região de Lugansk, caiu nas mãos das forças russas.

Embora o "front" leste da Ucrânia tenha avançado pouco nos últimos meses, os combates continuam e, nas últimas semanas, ambos os lados intensificaram os bombardeios.

As operações para encontrar vítimas sob os escombros da padaria continuam neste domingo, conforme indicado pelas autoridades russas.

"Cerca de 65% da estrutura destruída foi retirada (...) Infelizmente, 28 pessoas, incluindo uma criança, perderam a vida", informou o Ministério de Situações de Emergência da Rússia no Telegram.

As equipes de resgate salvaram dez pessoas dos destroços até o momento, de acordo com a mesma fonte.

As autoridades de saúde locais, citadas pela agência de notícias russa TASS, especificaram que quatro sobreviventes se encontram em estado "muito grave" e, entre os falecidos, há 18 homens e nove mulheres.

A Ucrânia não respondeu às acusações de ter realizado o bombardeio, e o Estado-Maior ucraniano se limitou a dizer no domingo que sua aviação atingiu no sábado (3) "12 zonas de concentração inimiga".

Os mísseis ucranianos também atacaram "uma peça de artilharia" e outra "área de concentração de forças", acrescentou o órgão.

- Dia de luto -

Lisichansk, uma cidade a 15 km do território controlado pela Ucrânia, tinha 111.000 habitantes antes do início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.

As forças russas assumiram o controle em meados de 2022, assim como a cidade vizinha de Severodonetsk, após uma das batalhas mais brutais do conflito até agora.

O governador de Lugansk, Leonid Pasechnik, instalado pela Rússia, anunciou no domingo, por meio do Telegram, um dia de luto no território ocupado.

Pasechnik acusou as forças de Kiev de atacarem a padaria. Segundo ele, era um local movimentado nos fins de semana.

A agência de notícias RIA Novosti publicou um vídeo de um prédio destruído. Nas imagens, é possível ver socorristas retirando um carro dos escombros. O edifício de um só andar, com uma placa com o nome "Restaurante Adriatic", aparece completamente em ruínas.

A Chancelaria russa afirmou que armas ocidentais foram usadas no bombardeio e pediu às organizações internacionais "uma condenação rápida e incondicional" do ataque.

Nas últimas 24 horas, o Estado-Maior ucraniano salientou que ocorreram 66 confrontos armados no "front", e a Rússia realizou dois ataques com mísseis, 65 bombardeios e 53 ataques com lançadores múltiplos de foguetes.

O governador da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, alvo de ataques quase diários, disse que a Ucrânia lançou pelo menos dois drones explosivos no sábado, mas sem causar vítimas.

- Visita ao "front" sul -

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou no domingo que visitou as tropas na pequena localidade de Robotyne, no "front" sul - tomado em agosto pelas forças ucranianas.

A "região de Zaporizhzhya. Robotyne. Localização da 65ª Brigada Mecanizada. Conversei com os defensores, agradeci e apresentei distinções estaduais", publicou Zelensky nas redes sociais.

Kiev apresentou a conquista de Robotyne como um sucesso em sua contraofensiva contra as forças russas, mas, desde então, a pequena aldeia tem sido atacada incessantemente pelas forças russas e é um dos principais pontos de conflito do "front" sul.

X.Lefebvre--JdB