Journal De Bruxelles - Pais de manifestantes presos em Cuba pedem ao parlamento anistia para seus filhos

Pais de manifestantes presos em Cuba pedem ao parlamento anistia para seus filhos
Pais de manifestantes presos em Cuba pedem ao parlamento anistia para seus filhos / foto: YAMIL LAGE - AFP

Pais de manifestantes presos em Cuba pedem ao parlamento anistia para seus filhos

Cerca de 30 familiares de manifestantes presos em Cuba pediram, nesta sexta-feira (19), ao parlamento de seu país, a aprovação de uma Lei de Anistia que facilite a sua libertação.

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De acordo com números oficiais, cerca de 500 cubanos foram condenados por até 25 anos por participação nas manifestações históricas de 11 e 12 de julho de 2021, embora organizações de direitos humanos e a embaixada dos Estados Unidos na ilha contabilizem até mil.

Wilber Aguilera Bravo, pai de um jovem condenado a 12 anos de prisão, entregou nesta sexta-feira uma carta no parlamento para pedir que "inicie os procedimentos correspondentes na Assembleia Nacional para a redação e debate, a fim de que seja aprovada uma Lei de Anistia".

"Isso significa, o reconhecimento de que não houve delito em manifestar a vontade de mudança democrática que expressaram os cidadãos" em manifestações ocorridas antes, durante e depois de 11 de julho de 2021, diz a carta pública.

Os signatários destacam que "sofrem perseguição e assédio" da segurança do Estado e da polícia "como castigo por advogar" por seus filhos, pais e irmãos.

Em várias ocasiões eles denunciaram que são impedidos de sair de suas casas com vigilância policial e detenções temporárias.

"Somos impedidos do direito à associação e reunião pacífica, assim como do direito à liberdade de expressão" com "detenções arbitrárias, interrogatórios, procedimentos de instrução penal, cartas de advertência, métodos de vigilância sistemática e violações à liberdade de movimento", acrescenta o texto dirigido a Ana María Mari Machado, vice-presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular.

Os signatários acrescentaram que vão continuar "defendendo aqueles não deveriam passar um único dia na prisão".

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos enviou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores de Cuba, datada de 5 de janeiro e à qual a AFP teve acesso, para reiterar ao governo que existem várias vias legais para libertar os prisioneiros políticos, incluída a anistia.

Além disso, pode-se recorrer ao indulto, à licença extrapenal, à liberdade condicional e à substituição do cárcere por sanções alternativas, disse em um documento enviado à AFP o Observatório Cubano de Direitos Humanos, com sede em Madri.

C.Bertrand--JdB