Peru realiza megaoperação de buscas em prisões após ofensiva do crime no Equador
O Peru realizou uma megaoperação de buscas em todas as suas prisões, onde estão confinados aproximadamente 94.850 presos, após a violenta ofensiva de organizações criminosas no Equador, informou o Instituto Nacional Penitenciário (Inpe) nesta quinta-feira (11).
"Queremos dizer à sociedade que devem permanecer tranquilos, que manteremos o princípio da autoridade nas penitenciárias para evitar o ocorrido no Equador", disse à rádio RPP o responsável da instituição, Javier Llaque.
Diante da investida do tráfico de drogas no Equador, que levou o presidente Daniel Noboa a declarar guerra aberta às quadrilhas que operam de dentro das penitenciárias equatorianas, o Peru acendeu o alerta e mobilizou centenas de policiais e militares nos 1.400 quilômetros da fronteira entre os dois países.
Como parte da megaoperação ordenada pelo governo peruano, agentes penitenciários e policiais entraram nas 68 prisões do país entre terça e quarta-feira.
Alguns presos foram levados para os pátios vestindo apenas shorts, segundo imagens do Inpe.
As autoridades encontraram dezenas de celulares em colchões e vasos sanitários, pacotes de pasta básica de cocaína e maconha escondidos em calçados e telefones públicos.
O responsável do órgão penitenciário descartou que existam armas e áreas controladas pelos criminosos nas prisões peruanas.
"No Peru, não há prisões onde não podemos entrar [...] As prisões estão limpas de armas há bastante tempo", afirmou Llaque.
Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador se transformou em um novo baluarte do narcotráfico, com quadrilhas disputando o controle do território e unidas em sua guerra contra o Estado.
Desde o domingo, os grupos criminosos intensificaram sua ofensiva com motines carcerários, nos quais 178 funcionários foram retidos, e uma série de ataques com armas e explosivos que já deixam pelo menos 16 mortos.
O presidente equatoriano decretou o estado de exceção e enviou os militares para as ruas.
O.M.Jacobs--JdB