Eleições nos EUA representam risco para o mundo, adverte consultoria
As eleições presidenciais deste ano nos Estados Unidos representam o risco político mais importante para o futuro do mundo, uma vez que, seja quem for o vencedor, as instituições democráticas do país serão afetadas, adverte a consultoria Eurasia Group em seu relatório anual, divulgado nesta segunda-feira (8).
Segundo a consultoria, as eleições de 5 de novembro “irão testar a democracia americana em um grau que a nação não experimenta há 150 anos”, referindo-se à guerra civil. “Os Estados Unidos já são a democracia industrial avançada mais dividida e disfuncional do mundo. As eleições de 2024 irão exacerbar o problema, independentemente de quem vencer”, afirma o relatório.
“Com um resultado que é, essencialmente, uma loteria, a única certeza é de que o tecido social, as instituições políticas e a reputação internacional dos Estados Unidos continuarão a ser prejudicados”, diz o grupo.
Se o favorito nas primárias republicanas, Donald Trump, perder um novo cara a cara com o presidente Joe Biden, provavelmente irá denunciar uma fraude em massa e lançar campanhas de intimidação generalizadas contra funcionários e agentes eleitorais, aponta o relatório.
Da mesma forma, os Estados Unidos poderiam enfrentar "uma crise política sem precedentes" se Trump for preso por um dos processos judiciais em que é acusado, continua o Eurasia Group. Uma violência em larga escala é menos provável.
Caso perca, Biden terá que aceitar o resultado, mas muitos democratas irão questionar a legitimidade do magnata imobiliário e alguns irão se recusar a confirmar a sua vitória, citando a proibição constitucional de assumir as funções para qualquer pessoa "envolvida em uma insurreição", destaca o grupo.
A consultoria também prevê que, de volta à Casa Branca, Donald Trump usará o Estado “como uma arma” para perseguir seus adversários e esmagar a dissidência.
O Eurasia Group classifica a violência no Oriente Médio em segundo lugar entre os riscos mundiais, com a guerra entre Israel e o Hamas "suscetível de não ser mais do que a primeira fase de um conflito em expansão em 2024".
O terceiro risco mais importante é a Ucrânia. O estudo prevê que o país ficará dividido de fato em 2024.
E.Heinen--JdB