Primeira-ministra da França apresenta sua demissão a Macron
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, apresentou nesta segunda-feira (8) sua demissão ao presidente Emmanuel Macron, em meio a rumores de uma remodelação profunda do governo para dar oxigênio ao segundo mandato do dirigente centrista.
"Senhora primeira-ministra, querida Élisabeth Borne, o seu trabalho a serviço da nossa nação foi exemplar todos os dias (…) Obrigado de todo o coração", escreveu Macron na rede social X (antigo Twitter), após aceitar a sua demissão.
Borne, uma funcionária pública tecnocrata, tornou-se a segunda mulher a chefiar o governo francês como primeira-ministra em maio de 2022, depois de Macron se eleger para um segundo mandato até 2027.
Mas os seus 20 meses como chefe de um governo sem maioria absoluta no Parlamento foram marcados por uma alta tensão política, como durante a reforma da Previdência imposta por decreto, e por um episódio de distúrbios urbanos em meados de 2023.
No entanto, a aprovação, em dezembro, de uma reforma migratória, que o governo endureceu para obter o apoio da direita, dividiu o partido no poder, especialmente quando a extrema direita comemorou a "vitória ideológica" da nova lei.
Em sua carta de demissão, à qual a AFP teve acesso, Borne, de 62 anos, considerou "mais necessário do que nunca seguir com as reformas".
A eleição do sucessor de Borne se anuncia crucial para tentar manter o frágil equilíbrio da aliança centrista de Macron, com deputados inclusive de centro-esquerda, em um contexto de opinião pública cada vez mais de direita.
Entre os possíveis sucessores, o ministro da Educação, Gabriel Attal, aparece como favorito, segundo fontes próximas ao Executivo. Aos 34 anos, ele se tornaria o mais jovem chefe de governo da república francesa e o primeiro homossexual assumido.
As eleições para o Parlamento Europeu em junho de 2024 servirão de termômetro para a remodelação. O partido de extrema direita Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, lidera as pesquisas com 27% dos votos, seguido pelo partido de Macron, Renascimento (19%), de acordo com uma pesquisa da Opinionway em meados de dezembro.
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D.Verstraete--JdB