Journal De Bruxelles - Novos bombardeios russos na Ucrânia deixam ao menos 4 mortos

Novos bombardeios russos na Ucrânia deixam ao menos 4 mortos
Novos bombardeios russos na Ucrânia deixam ao menos 4 mortos / foto: Handout - Telegram / @vvgladkov/AFP

Novos bombardeios russos na Ucrânia deixam ao menos 4 mortos

Ao menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na Ucrânia em uma nova onda de bombardeios russos, informaram nesta segunda-feira (8) as autoridades ucranianas, depois de Moscou ter alertado que intensificará a sua ofensiva.

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Na Rússia, as autoridades anunciaram a retirada de centenas de moradores de Belgorod, uma medida sem precedentes em quase dois anos de conflito para esta cidade russa perto da fronteira com a Ucrânia, que nos últimos dias tem sido alvo de bombardeios pelas forças de Kiev.

Os ataques em ambos os lados da fronteira se intensificaram nas últimas semanas.

A polícia nacional da Ucrânia informou nesta segunda-feira que quatro pessoas morreram e 38 ficaram feridas em um "ataque massivo" russo que atingiu várias regiões.

Um ataque russo com mísseis atingiu Kryvyi Rog, cidade natal do presidente ucraniano Volodimir Zelensky, e deixou uma pessoa morta, segundo a polícia.

Duas pessoas morreram em um ataque com mísseis na região de Khmelnitsky, uma área no oeste do país, longe do front, disseram as forças de segurança.

Na região de Kharkiv, no leste, uma mulher idosa que foi retirada dos escombros de uma casa na cidade de Zmiyiv morreu, informou o governador regional, Oleg Sinegubov.

A força aérea ucraniana informou que derrubou 18 mísseis de um total de 51 projéteis lançados pela Rússia contra "infraestruturas importantes" em diversas regiões. Também informou que as defesas antiaéreas derrubaram oito drones Shahed de fabricação iraniana.

As forças russas lançaram "dezenas de mísseis contra cidades e localidades pacíficas na Ucrânia", lamentou o vice-chefe do gabinete presidencial, Oleksii Kuleba.

"Um grande número de mísseis balísticos foi lançado hoje", disse o porta-voz da força aérea, Yuri Ignat, à televisão ucraniana.

"Muitos dizem que a taxa (de mísseis derrubados) não é muito alta", acrescentou, especificando que as Forças Armadas prefeririam ter um desempenho melhor, mas que têm "bons resultados".

Há menos de uma semana, depois de os bombardeios russos ganharem intensidade, a Ucrânia alertou que tem munições suficientes apenas para resistir a mais alguns ataques importantes.

- Evacuação inédita na Rússia -

Na Rússia, o governador da região de Belgorod, Viacheslav Gladkov, informou que 300 moradores foram retirados temporariamente, depois que a Rússia propôs, na sexta-feira, a retirada dos habitantes da cidade diante da intensificação dos bombardeios ucranianos.

"Eles estão sendo alojados em centros de recepção temporários em Stari Oskol, Gubkin e no distrito de Korochanski", mais distante da fronteira, disse Gladkov no Telegram.

Gladkov afirmou que nas últimas 24 horas recebeu 1.300 pedidos para enviar menores de Belgorod para acampamentos escolares em outras regiões.

Esta é uma medida sem precedentes para uma grande cidade russa desde que Moscou iniciou a sua ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Constitui também um golpe nos esforços do Kremlin para manter uma aparência de normalidade e afirmar que o conflito não afeta diretamente a vida cotidiana e a segurança dos russos.

O bombardeio ucraniano em Belgorod deixou 25 mortos em 30 de dezembro, um ataque que causou o maior número de vítimas civis na Rússia desde o início do conflito. Este ataque ucraniano à Rússia ocorreu após um bombardeio massivo das forças de Moscou em grandes cidades ucranianas, que deixou dezenas de mortos.

Após o bombardeio contra Belgorod, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que intensificará os ataques contra a Ucrânia, quase dois meses antes das eleições na Rússia, nas quais participa como favorito, quase sem oposição, com a certeza de que irá ganhar um novo mandato.

Diante da intensificação dos bombardeios, o município de Belgorod recomendou na sexta-feira, pela primeira vez, que os moradores protejam suas janelas para se protegerem da queda de vidros em caso de ataque.

Além disso, as autoridades regionais adiaram o início das aulas em Belgorod e cidades vizinhas de 9 para 19 de janeiro.

J.F.Rauw--JdB