Opositor recebe cuidados intensivos após ser esfaqueado na Coreia do Sul
O líder da oposição da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, foi submetido a cuidados intensivos após ser esfaqueado no pescoço nesta terça-feira (2) por um homem que fingiu ser um apoiador.
Lee, dirigente do Partido Democrata e ex-candidato presidencial, estava cercado por jornalistas na cidade portuária de Busan quando foi esfaqueado.
O ataque feriu-o no lado esquerdo do pescoço, informou o policial Son Je-han.
O agressor, um homem de cerca de 60 anos que exibia um lema a favor de Lee, foi detido no local.
O político de 59 anos foi levado para um hospital em Busan e depois transferido para a capital do país, Seul, onde foi submetido a uma cirurgia que durou duas horas, informou Kwon Chil-seung, membro do partido de Lee.
"Confirmaram que houve lesões na veia jugular interna", afirmou Kwon.
Lee "está internado agora na unidade de cuidados intensivos e está se recuperando", acrescentou.
Segundo a polícia, o agressor "usou uma faca de 18 centímetros, com 13 centímetros de lâmina, que comprou pela Internet".
O político seguia para seu carro enquanto falava com jornalistas "quando o agressor lhe pediu um autógrafo", afirmou uma testemunha à emissora local YTN.
- "Ameaça" para a democracia -
Autoridades sul-coreanas acusaram o agressor de tentativa de homicídio, informou a agência de notícias Yonhap. Ele afirmou à polícia que sua intenção era matar Lee, segundo a agência.
Do hospital, Kwon Chil-seung, membro do partido de Lee, qualificou os fatos como "uma grave ameaça para a democracia" e pediu uma investigação "exaustiva".
Vários políticos sul-coreanos de alto perfil foram agredidos publicamente nos últimos anos.
Lee perdeu a eleição presidencial de 2022 contra o conservador Yoon Suk Yeol em uma das disputas mais acirradas da história do país.
Yoon expressou "preocupação" com o estado de Lee após o ataque, disse sua porta-voz Kim Soo-kyung.
"Yoon destacou que nossa sociedade não deve jamais tolerar este tipo de ato de violência, sob nenhuma circunstância", afirmou.
Este político de origem operária ganhou grande popularidade com sua história de superação, depois de se recuperar de um acidente em uma fábrica onde trabalhou quando adolescente que deixou sequelas por toda sua vida.
Ele estudou direito e entrou para a política em 2010.
Durante a campanha presidencial, vários escândalos de corrupção complicaram suas opções, mas continua sendo um político popular, de acordo com as últimas pesquisas. Deve se candidatar novamente em 2027.
A.Parmentier--JdB