EUA adiciona à lista de 'corruptos' juiz e procuradora da Guatemala hostis a Arévalo
Os Estados Unidos adicionaram, nesta quinta-feira (21), à sua lista de "corruptos" uma procuradora e um juiz guatemaltecos hostis ao presidente eleito Bernardo Arévalo, tornando-os inelegíveis para vistos americanos.
Arévalo venceu, de forma surpreendente, as eleições em agosto liderando uma plataforma anticorrupção. Desde então, esteve envolvido numa disputa com juízes e procuradores que tentam bloquear a sua posse em 14 de janeiro.
Em um relatório ao Congresso, o Departamento de Estado afirmou que o juiz Fredy Orellana e a procuradora Cinthia Monterroso "minaram os processos democráticos" ao apresentar acusações políticas contra jornalistas.
Os dois não serão mais elegíveis para vistos americanos.
Arévalo entrou com processos contra ambos, assim como contra a procuradora-geral Consuelo Porras e o promotor anticorrupção Rafael Curruchiche, que anteriormente foram alvos de proibições de vistos americanos.
Em entrevista nesta semana à AFP, o presidente eleito expressou confiança de que poderá assumir o cargo e superar uma tentativa de "golpe de Estado em câmera lenta".
As medidas divulgadas nesta quinta-feira fazem parte de um relatório anual exigido pelo Congresso dos Estados Unidos sobre a corrupção na América Central.
A lista mais recente inclui ainda, entre outros, o ex-presidente de El Salvador, Mauricio Funes, acusado pelo Departamento de Estado de ter planejado o "roubo de centenas de milhões de dólares dos cofres estatais".
Funes, que governou entre 2009 e 2014, exilou-se na Nicarágua em 2016. No início deste ano, foi condenado à revelia em El Salvador a 14 anos de prisão por supostas negociações secretas com gangues criminosas que assolavam o país.
C.Bertrand--JdB