EUA e China retomam diálogo militar após mais de um ano de pausa
O alto oficial americano Charles "CQ" Brown falou nesta quinta-feira (21) com o general chinês Liu Zhenli, informou um porta-voz, depois da interrupção de mais de um ano das conversas militares de alto nível entre os dois países.
A China suspendeu os diálogos para expressar seu descontetamento por uma visita, em 2022, da então presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan. Mas os líderes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, acordaram retomá-los quando se reuniram no mês passado na Califórnia.
Brown, chefe do Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, "discutiu acerca da importância de trabalhar juntos para gerir responsavelmente a disputa, evitar erros de cálculo e manter linhas de comunicação abertas e diretas", disse seu porta-voz, o capitão Jereal Dorsey, em um comunicado.
"Reiterou a importância de que o Exército Popular de Libertação participe de um diálogo substancial para reduzir a probabilidade de mal-entendidos", indica o comunicado, referindo-se ao Exército da China.
Os dois líderes também "conversaram sobre uma série de questões de segurança global e regional" durante sua videoconferência, acrescenta o comunicado.
Pequim reagiu com irritação à visita de Pelosi a Taiwan em agosto de 2022, cancelando a cooperação com Washington em temas chaves como a mudança climáticas, a luta antidrogas e as negociações militares, e lançando os maiores exercícios de guerra de sua história na ilha.
A China reivindica Taiwan como seu território, prometendo controlar a ilha algum dia, até mesmo pela força se for necessário, e se irrita diante de qualquer contato oficial entre Taipei e governos estrangeiros.
Taiwan vive sob o medo constante de uma invasão chinesa e Pequim intensificou sua retórica e atividade militar nos últimos anos.
O presidente americano, Joe Biden, reuniu-se com seu contraparte chinês, Xi Jinping, na Califórnia em novembro em seu primeiro encontro em um ano, na qual acordaram restabelecer as comunicações entre militares e aliviar as tensões.
I.Servais--JdB