Reitora de Harvard permanece no cargo após polêmica sobre antissemitismo
Criticada por suas declarações sobre como lidar com o antissemitismo no campus no contexto do conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas, a reitora da Universidade de Harvard, Claudine Gay, permanecerá no cargo, após receber o apoio de um órgão superior da instituição nesta terça-feira (12).
Claudine foi alvo de críticas, após se negar a afirmar, categoricamente, durante uma recente audiência no Congresso americano que os estudantes que evocam o "genocídio dos judeus" em seus campi violam os códigos de conduta estudantil.
"Depende do contexto", respondeu aos legisladores, que exigiram imediatamente sua renúncia e a de outros dois prestigiados acadêmicos questionados na sessão: os reitores da Universidade da Pensilvânia (UPenn) e do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Em uma declaração, a Harvard Corporation, um dos órgãos superiores da universidade, reafirmou, no entanto, seu "apoio à liderança contínua da reitora Gay à frente da Universidade de Harvard".
Ainda assim, criticou a resposta inicial da Universidade ao ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro, no qual, segundo Israel, 1.200 pessoas morreram, e 240 foram feitas reféns.
A resposta israelense com bombardeios incessantes e intensos reduziu a escombros grandes áreas da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. Segundo o Ministério da Saúde dos Territórios Palestinos, já são mais de 18.000 mortos, em sua maioria mulheres e crianças.
"Muitas pessoas sofreram tremendos danos e sofrimento, devido ao brutal ataque terrorista do Hamas, e a declaração inicial da Universidade deveria ter sido uma condenação imediata, direta e inequívoca", considerou a corporação.
"Os apelos ao genocídio são desprezíveis e contrários aos valores humanos fundamentais (...). A reitora Gay pediu desculpas pela forma como lidou com seu testemunho no Congresso", acrescentou o órgão.
Desde seu início, o conflito alimentou paixões em renomadas universidades dos Estados Unidos, como Harvard, UPenn (Filadélfia) e Columbia (Nova York), onde dois grupos de estudantes pró-palestinos foram suspensos.
M.F.Schmitz--JdB