Journal De Bruxelles - Presidente da Guiana diz que se reunirá com Maduro com postura 'firme' sobre divergência

Presidente da Guiana diz que se reunirá com Maduro com postura 'firme' sobre divergência
Presidente da Guiana diz que se reunirá com Maduro com postura 'firme' sobre divergência / foto: Bryan R. Smith - AFP/Arquivos

Presidente da Guiana diz que se reunirá com Maduro com postura 'firme' sobre divergência

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse à AFP, neste sábado (9), que irá à reunião com seu contraparte venezuelano, Nicolás Maduro, mantendo sua posição "firme" a respeito da disputa centenária sobre o Essequibo, que aumentou as tensões entre os dois países.

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O encontro está previsto para 14 de dezembro em São Vicente e Granadinas e será realizado sob os auspícios da Comunidade de Estados Latino-americanos (CELAC), da Comunidade do Caribe (CARICOM) e um secretário-adjunto das Nações Unidas.

"Estou firme em que a controvérsia (territorial) está com a Corte Internacional de Justiça (CIJ) e não é para negociações, e isso não vai mudar", disse Ali à AFP. "A Guiana está plenamente comprometida com o processo da Corte Internacional de Justiça e o resultado da corte".

Participarão do encontro o presidente da CELAC e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado ao encontro pelas partes guianense e venezuelana.

Caracas reivindica a soberania sobre o território do Essequibo há mais de um século, embora a disputa tenha se reativado após a descoberta de grandes jazidas de petróleo pela gigante americana de energia ExxonMobil, das quais a Guiana, que administra a região, dispôs.

Caracas realizou um polêmico referendo no domingo passado, no qual 95% dos eleitores apoiaram declarar a Venezuela como a detentora legítima da região, e impulsionou Maduro a ordenar que a petroleira estatal PDVSA emita licenças para autorizar a extração de petróleo no local.

As tensões aumentaram desde então. A Guiana denuncia uma "ameaça direta" à sua soberania e levou o tema ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Continuaremos trabalhando com nossos parceiros nos numerosos exercícios conjuntos que temos e promoveremos todos os investimentos que temos em todos os condados de todas as regiões deste país, que continuam e continuarão sendo seguras", acrescentou Ali.

Esta semana, os Estados Unidos anunciaram exercícios militares na Guiana.

A Venezuela sustenta que o Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era colônia da Espanha. E apela ao acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabelecia as bases para uma solução negociada, anulando um laudo de 1899.

A Guiana, por sua vez, defende o laudo de 1899 e quer que a CIJ o ratifique.

C.Bertrand--JdB