Bombardeios de Israel matam 8 pessoas no Líbano, incluindo 2 jornalistas, diz agência
Oito pessoas, incluindo dois jornalistas, morreram em ataques israelenses no sul do Líbano nesta terça-feira (21), informou a agência oficial libanesa de notícias ANI.
Os dois jornalistas da emissora libanesa pró-Irã Al Mayadeen e um civil que os acompanhava morreram "em um bombardeio inimigo" no setor fronteiriço de Tair Harfa, segundo a Agência Nacional de Informação (ANI).
Além dessas vítimas, uma mulher de 80 anos faleceu e sua neta ficou ferida em um ataque israelense na localidade de Kfar Kila, acrescentou a mesma fonte.
A emissora Al Mayadeen informou as mortes do repórter Farah Omar, de 25 anos, e do repórter cinematográfico Rabih Maamari, de 40 anos, "em um ataque israelense", o que foi confirmado pelo Exército libanês.
A equipe da Al Mayadeen foi "atacada deliberadamente, não foi ao acaso", afirmou o presidente do canal, Ghassan Ben Jeddo, em uma declaração televisionada, acrescentando que o civil morto ao lado dos jornalistas era um "colaborador" da emissora.
O Exército de Israel disse estar "a par" das informações sobre a morte de jornalistas após disparos israelenses. "Trata-se de uma área de hostilidades, onde há troca de disparos", acrescentou a força armada.
Ben Jeddo lembrou que o governo israelense bloqueou recentemente os sites da Al Mayadeen, transformada, segundo Israel, em "porta-voz do Hezbollah".
A agência Ani também relatou que quatro pessoas morreram em um ataque do "inimigo israelense" contra um carro em Qlaileh e em Shaaytiyeh.
Um autoridade do campo de refugiados palestinos de Rashidieh, próximo ao local, indicou, sob anonimato, que um dos mortos era Khalil al Kharraz, alto funcionário da ala militar do Hamas no Líbano.
Khalil Hayya, responsável pelo movimento palestino, condenou o ataque, mas não revelou quem morreu, acrescentando que o grupo falará na quarta-feira.
Em um comunicado, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, condenou o ataque contra os jornalistas, e acusou Israel de querer "calar os meios de comunicação que denunciam seus crimes e suas agressões".
Em 13 de outubro, o jornalista da agência Reuters Issam Abdallah morreu em um bombardeio similar que deixou outros seis jornalistas feridos.
Um mês depois, um cinegrafista da Al Jazeera também foi ferido por disparos israelenses, quando participava da cobertura dos bombardeios com outros correspondentes no sul do Líbano.
O movimento Hezbollah anunciou nesta terça três ações contra Israel, "em resposta aos ataques do inimigo sionista contra os jornalistas da Al Mayadeen [...] e outros mártires civis".
A guerra entre Israel e Hamas começou após um ataque cometido pelo movimento islamista em solo israelense no dia 7 de outubro, no qual morreram 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo as autoridades.
Como resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e bombardeia incessantemente a Faixa de Gaza, onde mais de 14.000 pessoas morreram, entre eles mais de 5.800 crianças, segundo o governo controlado pelo movimento islamista.
Desde o início da guerra, os confrontos entre o Exército israelense e o Hezbollah são quase diários.
E.Heinen--JdB